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Terça-feira, 20 ago 2019 - 13h48
Por Maria Clara Machado

Queimadas: Imagem de satélite mostra fumaça se espalhando pelo Brasil

O assunto do tempo mais comentado pela imprensa e redes sociais na última segunda-feira, dia 19, foi a cortina de fumaça proveniente de queimadas, que se estendeu entre a Amazônia, a Bolívia, o Paraguai e o estado de Mato Grosso, chegando até o Paraná e São Paulo. Imagens de satélite divulgadas pela NOAA no fim de semana já indicavam esse grande aumento de fumaça sobre a América do Sul.

Imagem de satélite do último sábado, dia 17, mostra a grande quantidade de fumaça espalhada entre a Amazônia, a Bolívia, o Paraguai e o Sul do Brasil. Crédito: NOAA.
Imagem de satélite do último sábado, dia 17, mostra a grande quantidade de fumaça espalhada entre a Amazônia, a Bolívia, o Paraguai e o Sul do Brasil. Crédito: NOAA.

Quando uma grande quantidade de partículas de fumaça se espalha e atinge a alta atmosfera, como observado nesta imagem de satélite é normal que a coloração do céu, do Sol e da Lua mude. “A presença de partículas que vem de fumaça, de incêndios ou vulcões, por exemplo, podem deixar a lua e sol com aspecto mais alaranjado e o céu avermelhado ou esbranquiçado. É comum isto ocorrer”, explica Rogério Leite, diretor do Apolo11.

Foi o que aconteceu em Maringá, no norte do Paraná, nesta imagem divulgada pelas redes sociais na segunda-feira:

Fumaça de queimadas chega ao Paraná e deixa o sol com aspecto mais alaranjado. Foto: Maringá nesta segunda-feira, divulgação @metsul
Fumaça de queimadas chega ao Paraná e deixa o sol com aspecto mais alaranjado. Foto: Maringá nesta segunda-feira, divulgação @metsul

Outro fato ocorrido é que uma pequena parte das partículas da pluma de fumaça chegou a cidade de São Paulo e pode ter contribuído para deixar as nuvens que já estavam carregadas, levemente avermelhadas no começo da tarde. Pouco tempo depois as nuvens ficaram mais densas, quase pretas, por influencia de fatores meteorológicos.

Cidade de São Paulo na tarde desta segunda-feira. Divulgação Redes Sociais.
Cidade de São Paulo na tarde desta segunda-feira. Divulgação Redes Sociais.

Para Rogério Leite (Apolo11) a quantidade de partículas que chegou a cidade de São Paulo teve uma influencia pequena no céu escuro da cidade. "Para que a fumaça tivesse forte influência na coloração do céu ela teria que ser muito densa, o que não era o caso. A fumaça chegou aqui muito dispersada e nesta condição só mudaria a cor de fontes pontuais de luz, como o Sol ou a Lua. Para mudar a cor do céu teria que ser muito densa, como é comum se observar em cidades localizadas muito próximas de áreas de queimadas. Acredito que há uma mistura grande de fatores, que acabaram por gerar diversas especulações. A fumaça teve pequena participação neste caso na capital paulista".

A meteorologista Helena Balbino do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), explica que ventos muito úmidos vindos do Sudeste e do Sul, resultado do avanço de uma frente fria, formaram uma nuvem muito baixa e profunda no meio da tarde na cidade de São Paulo, fazendo o dia virar noite.

Preocupação com o avanço das queimadas
Independentemente de aspectos visíveis que o monóxido de carbono na atmosfera possa causar, cresce a preocupação com o avanço das queimadas, o desmatamento e qualidade do ar no Brasil e nos países vizinhos. Dados recentes do Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) indicam o grande aumento no número de focos de queimadas no Brasil neste ano na comparação com o mesmo período do ano passado.

O incêndio florestal no leste da Bolívia capturado pelas imagens de satélite destruiu mais de 460 mil hectares de mata na região de Santa Cruz de La Sierra, no domingo passado, o equivalente a 460 mil campos de futebol. De acordo com o governo, que declarou desastre departamental diante da situação, agosto deve terminar com o dobro do número de focos de queimadas em relação a média para o período na Bolívia.



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