Quinta-feira, 29 ago 2024 - 11h04
Por Maria Clara Machado
O governo do Amazonas declarou estado de emergência ambiental e de saúde pública em razão da seca severa e do aumento das queimadas no estado. O decreto anunciado abrange os 62 municípios do estado. A densa fumaça continua se espalhando e deve avançar de novo em direção ao Centro-Sul do Brasil nos próximos dois dias.
Em julho, os ribeirinhos passaram a notar que os rios do Amazonas iniciaram um processo de vazante acentuado e bem antes do previsto. Crédito: Marizilda Crupe/Greenpeace/2023/Fotos Públicas
Desde o começo do ano já foram contabilizados pelos satélites 13615 focos de incêndios no Amazonas contra 7055 no mesmo período em 2023 pelo monitoramento do INPE. De acordo com a Defesa Civil, cerca de 300 mil pessoas, ou 77 mil famílias estão sofrendo o impacto direto da estiagem severa na calha de rios do Amazonas, com um aumento de doenças ligadas ao consumo de água não potável.
No último boletim atualizado pelo Serviço Geológico do Brasil em 23 de agosto, o rio Negro desceu de 8 cm a 9 cm em vários locais como em São Gabriel da Cachoeira, Barcelos, Tapuruquara, enquanto em Manaus apresentou descidas mais acentuadas na ordem de 20 cm diários. A Bacia do rio Solimões também apresentou variações e os últimos registros apontam descidas abaixo do nível de normalidade para a época do ano. A Bacia do rio Amazonas é outro exemplo e apresentou descidas diárias maiores na ordem de 15 cm em Itacoatiara e 10 cm em Parintins, onde os níveis estão abaixo da normalidade para o período. Mapa da Bacia do Amazonas e a situação atual das estações monitoradas. Crédito: Serviço Geológico do BR Com o aumento recorde de queimadas este mês, a densa fumaça se espalha pelos ventos. A capital Manaus novamente teve o céu tomado por fumaça e o nível de qualidade do ar péssimo esta semana.
A previsão do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis), é que a fumaça poderá avançar amanhã e sábado, dias 30 e 31, sobre cidades dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. As plumas de fumaça além de prejudicar a qualidade do ar e visibilidade, poderão favorecer o aumento das temperaturas em até 5 graus em vários locais. Segundo Humberto Barbosa, coordenador do Lapis, as queimadas já estão intensas na Amazônia e os ventos fortes em alta altitude devem intensificar os focos, trazendo a pluma em direção ao Sul do Brasil. O Paraná e São Paulo, em especial, poderão ser os mais afetados por este aumento da temperatura. Áreas do BR que estarão sob influência do aumento das temperaturas provocadas pelas queimadas Crédito: divulgação Lapis
|
Procure no Painel
|
Painelglobal.com.br - Todos os direitos reservados - 2008 - 2024