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Sexta-feira, 20 dez 2024 - 09h34
Por Maria Clara Machado

Ciclone Chido tinha raio de 200 km quando engoliu a ilha de Mayotte

O ciclone Chido entrou poderoso no Canal de Moçambique no último fim de semana com ventos arrasadores de 225 km/h, após ter chegado ao pico de 250 km/h e engoliu a pequena ilha francesa Mayotte, que tem aproximadamente o tamanho do estado de Goiás. Além de Mayotte, Chido ainda tocou o solo mais duas vezes extremamente forte.

Imagem de satélite mostra o tamanho do ciclone Chido quando tocou o solo de Mayotte em 14 de dezembro. Crédito: Worldview/NASA
Imagem de satélite mostra o tamanho do ciclone Chido quando tocou o solo de Mayotte em 14 de dezembro. Crédito: Worldview/NASA

Chido começou a se formar sobre o sudeste do oceano Índico em 5 de dezembro e atingiu sua força máxima ao nordeste da ilha de Madagascar, no dia 12 de dezembro, quando a tormenta se deslocava com ventos equivalentes a um furacão categoria 4 (Major Hurricane).

O Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique (INAM), assim como as autoridades de Madagascar, emitiram, então, alertas para a chegada do grande ciclone aos territórios africanos.

Chido tocou o solo 3 vezes na categoria 4
Chido raspou o norte da ilha de Madagascar e ainda era um ciclone potente quando impactou as pequenas ilhas no Canal de Moçambique, especialmente a ilha de Mayotte, território francês.

Um ambiente favorável à sustentação das tempestades permitiu que Chido se mantivesse como furacão categoria 4 na manhã do dia 14, encontrando uma temperatura de 29°C na superfície do mar e baixo cisalhamento vertical do vento.

Chido cruzou Mayotte em poucos minutos levando destruição máxima. Imagens de satélite capturadas pelo Worldview, da Nasa, mostram o ciclone antes e durante a passagem pela ilha, nos dias 13 e 14 de dezembro. Quando Chido engoliu Mayotte tinha um raio de 200 quilômetros de extensão, deixando o território completamente vulnerável:

Chido aparece próximo à Madagascar no dia 13 de dezembro. Crédito: Worldview/NASA
Chido aparece próximo à Madagascar no dia 13 de dezembro. Crédito: Worldview/NASA

Imagem de satélite mostra o ciclone Chido em cima de Mayotte no dia 14 de dezembro. Crédito: Worldview/NASA
Imagem de satélite mostra o ciclone Chido em cima de Mayotte no dia 14 de dezembro. Crédito: Worldview/NASA

Outra imagem de satélite gerada pelo NOAA-20 mostra o ciclone Chido na manhã do sábado, cerca de três horas após atingir o solo:

Chido atingiu a pequena ilha de Mayotte com ventos de 225 km/h. Crédito: Earthobservatory/NASA
Chido atingiu a pequena ilha de Mayotte com ventos de 225 km/h. Crédito: Earthobservatory/NASA

O ciclone ainda seguiu sua trajetória e tocou o solo de Moçambique, no continente africano, no dia 15 de dezembro. Também produziu chuvas e ventos arrasadores de uma tormenta categoria 4, deixando um saldo de 45 mortos e 500 feridos, segundo as últimas informações das autoridades.

Os danos causados por Chido foram tão graves quanto em Mayotte, com mais de 24 mil casas completamente destruídas em Moçambique.

Mayotte enfrenta cenário de guerra
A força impactante dos ventos trouxe um cenário de guerra com as primeiras imagens divulgadas de moradias em comunidades arrasadas, postes e árvores arrancadas. Avaliações preliminares por satélites encontraram danos generalizados nas partes leste e norte da Ilha, incluindo a capital Mamoudzou.

Danos em Mayotte, engolida pelo ciclone Chida. Crédito: reprodução/divulgação X Ampire Prod/@volcaholic1
Danos em Mayotte, engolida pelo ciclone Chida. Crédito: reprodução/divulgação X Ampire Prod/@volcaholic1

Mayotte possui uma população estimada em pelo menos 320 mil habitantes numa área de 374 km quadrados. As autoridades confirmaram 31 mortes, mas a estimativa é de que existam milhares de vítimas. Os números ainda são incertos quase uma semana depois da tragédia e muitas áreas continuam inacessíveis.

Uma dificuldade no levantamento dos números é que Mayotte abriga um grande número de imigrantes sem documentos.

O Presidente da França, Emmanuel Macron, desembarcou na ilha na quinta-feira, dia 19, e deve continuar sua visita aos bairros mais atingidos durante esta sexta-feira, dia 20. A ajuda emergencial foi reforçada com alimentos e água, chegando via área e pelo mar.

Chido foi a tempestade mais forte a atingir a ilha de Mayotte desde 1934.

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