Quarta-feira, 2 dez 2020 - 15h17
Por Maria Clara Machado
Diferentemente da grande nuvem de gafanhoto que avançou pela Argentina e ameaçou o território brasileiro, estes são gafanhotos do tipo nativo, mas a situação também necessita atenção. Os insetos já avançaram por quatro cidades gaúchas nos últimos dias.
Há registros dos gafanhotos em quatro cidades do noroeste gaúcho. Crédito: Imagem de divulgação/JC/Arnaldo T Júnior. Segundo informações da Secretaria de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, os gafanhotos foram vistos nas cidades de São Valério do Sul, Santo Augusto, Bom Progresso e Coronel Bicaco. O aumento da quantidade de gafanhotos é resultado da baixa precipitação e do calor das últimas safras de verão que favorecem a proliferação dos insetos, explicam os técnicos. Sabe-se que os gafanhotos que estão no noroeste gaúcho são nativos e não migratórios, como o Schistocerca cancellata. Os insetos são menos agressivos e se alimentam de uma árvore da região, o Timbó, nem tanto das folhas, resultando em prejuízos menores. Entretanto, está ocorrendo um desequilíbrio nas populações naturais. Os produtores de soja e de milho temem que os insetos em grande quantidade avancem pelas lavouras. Em Santo Augusto, começam a aparecer relatos de ataques em lavouras de soja, que já sofriam com a falta de chuva. Em agosto deste ano, uma gigantesca nuvem de gafanhotos da espécie Schistocerca cancellata devastou lavouras inteiras na Argentina e ficou estacionada muito próxima à fronteira oeste do Rio Grande do Sul. De acordo com a EMATER/RS, a grande concentração dos insetos está até agora em áreas de mato, sem indicação que uma nova nuvem de gafanhotos irá formar. A Secretaria da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul afirma que ainda assim poderá necessitar da pulverização de produtos químicos para o controle dos insetos nas lavouras e segue o monitoramento, mas por enquanto não há uma autorização legal do Ministério da Agricultura para as ações na região. |
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