Segunda-feira, 3 fev 2025 - 10h53
Por Maria Clara Machado
Cientistas monitoram rompimento do maior iceberg do mundo perto da Geórgia do Sul
Uma imagem de satélite foi capturada pelo Copernicus Sentinel-3, operado pelo EUMETSAT e a ESA, em 28 de janeiro, e revelou o pedaço de gelo do enorme A23a à deriva no Atlântico Sul. Um rompimento significativo aconteceu perto da Geórgia do Sul e as próximas semanas serão decisivas.
![]() Imagem de satélite mostra a aproximação do iceberg A23a da Geórgia do Sul dia 31 de janeiro. Crédito: Copernicus Sentinel-3/ ESA
Teve um rápido progresso a partir de 2020, mas passou oito meses quase parado, girando em uma coluna de águas profundas em 2024. ![]() Trajeto percorrido pelo iceberg A23a entre 2022 e 2023. Crédito: Public Domain, https://en.wikipedia.org/w/index.php?curid=75482941 Quando começou a se movimentar novamente, passou a chamar a atenção dos cientistas à medida que seguia em direção ao sul da Ilha Geórgia do Sul, território britânico e berço de vida selvagem no Atlântico Sul. A maior preocupação é que a aproximação do iceberg de águas rasas da Ilha pode alterar as rotas de alimentação e reprodução, por exemplo dos milhares de pinguins e focas, além de outros animais marinhos, impactando significativamente o ecossistema. Imagens recentes geradas pelo Worldview da NASA mostram o longo trajeto de mais de 3 mil quilômetros já percorrido pelo A23a e sua posição atual. ![]() Trajeto percorrido pelo A23a desde 2020. Crédito: Worldview/NASA É possível observar que se encontrava a cerca de 300 quilômetros ao sudoeste da Geórgia do Sul em 31 de janeiro de 2025. Por conta da densa nebulosidade, as imagens geradas do início de fevereiro não estão tão nítidas, permitindo a observação do iceberg. ![]() A23a estava a cerca de 300 km da Geórgia do Sul em 31 de janeiro. Crédito: Worldview/NASA
Entretanto, tudo ainda é incerto, e o iceberg poderá simplesmente ficar “preso” por meses novamente ou ainda se romper em pedaços menores. O histórico da região também mostra que muitos icebergs acabam desviados antes de chegar à Ilha, pois a corrente de água vira para sudeste quando encontra a plataforma continental, levando os blocos de gelo para outro lado. Os satélites ajudaram a mostrar que um fragmento importante de aproximadamente 19 km de comprimento e 6 km de largura na parte maior, atingindo 79 km quadrados, se desprendeu do gigante A23a. "Sem dúvida, é a primeira parte significativa do iceberg que apareceu até hoje. É um sinal de que as rachaduras começam a se romper", afirmou o oceanógrafo Andrew Meijers, da BAS. O iceberg original, que ocupa a posição atual de maior do mundo, atingiu uma área de 3.360 quilômetros quadrados quando começou sua jornada. De acordo com os especialistas, o imenso bloco vinha resistindo bem até agora, perdido anteriormente apenas um pedaço menor. Os cientistas estão de olho e as imagens de satélites são fundamentais para monitorar o progresso do A23a. |
Procure no Painel
|
Painelglobal.com.br - Todos os direitos reservados - 2008 - 2025