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Terça-feira, 19 nov 2024 - 16h31
Por Maria Clara Machado

Clima Global: OMM já aponta o ano de 2024 como o mais quente da história

A Organização Mundial Meteorológica (OMM) emitiu mais um alerta vermelho climático para as altas temperaturas globais e projeta que 2024 caminha para terminar como o ano mais quente da história das medições desde 1850. As atualizações foram destaque na abertura da COP29 no Azerbaijão.

Imagem ilustrativa. Equipe da Cruz Vermelha trabalha no resgate de famílias nas enchentes em Laos em outubro. Crédito: @IFRCAsiaPacific
Imagem ilustrativa. Equipe da Cruz Vermelha trabalha no resgate de famílias nas enchentes em Laos em outubro. Crédito: @IFRCAsiaPacific

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Clima extremo está impactando o mundo todo
Os especialistas em clima já acreditavam nesta tendência após os meses consecutivos de recordes de temperaturas no ar e no mar em 2023, evidenciando o ritmo acelerado das mudanças climáticas em decorrência dos níveis cada vez maiores da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera.

Além do novo possível recorde, a década de 2015 à 2024, ficará entre os dez anos mais quentes já registrados no planeta. O ritmo da elevação do nível do mar e do aquecimento dos oceanos também preocupam os cientistas.

Acordo de Paris em perigo
Mais uma vez a meta do Acordo de Paris, firmado em 2015, para limitar o aumento da temperatura global do planeta a 1,5°C ou abaixo dos 2°C comparado aos níveis pré-industriais, está em perigo.

Dados divulgados pela OMM até agora, mostram que a temperatura média global de janeiro a setembro de 2024 foi de 1,54°C, com uma margem de incerteza em torno de 0,13°C, acima da média do período pré-industrial.

A marca dominante depois de um 2023 recorde, foi impulsionada ainda pelos efeitos do El Niño, especialmente nos primeiros meses do ano, dentro do cenário do aquecimento global.

A atualização mais recente do relatório Estado do Clima 2024 foi apresentada na abertura da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP-29, em Baku, no Azerbaijão, dia 11 de novembro. A Conferência do Clima segue até o dia 22.

Anomalias anuais da temperatura média global de janeiro a setembro de 2024 em relação à média de 1850-1900. Crédito: OMM
Anomalias anuais da temperatura média global de janeiro a setembro de 2024 em relação à média de 1850-1900. Crédito: OMM

Ainda assim “como o aquecimento mensal e anual ultrapassa temporariamente 1,5 °C, é importante enfatizar que isso NÃO significa que falhamos em atingir a meta do Acordo de Paris de manter o aumento da temperatura média global de longo prazo da superfície bem abaixo de 2 °C e devemos prosseguir com os esforços para limitar o aquecimento a 1,5°C”, declarou a Secretária-Geral da OMM, Celeste Saulo.

Para a Secretária-Geral, todos os eventos extremos como as chuvas volumosas, inundações recordes, ciclones mais intensos, secas implacáveis, incêndios florestais violentos, “são infelizmente a nossa nova realidade e uma amostra do nosso futuro”.

No mundo todo os extremos climáticos estão piorando a insegurança alimentar, agravando a migração e o deslocamento da população, gerando danos enormes e perdas de vidas.

“Precisamos urgentemente reduzir as emissões de gases de efeito estufa e fortalecer nosso monitoramento e compreensão das mudanças climáticas. Precisamos intensificar o apoio à adaptação às mudanças climáticas por meio de serviços de informação climática e alertas antecipados para todos”, disse Celeste Saulo no primeiro dia da COP-29.

Gases de efeito estufa
Os gases de efeito estufa atingiram níveis recordes em 2023 e os dados indicam que eles continuam aumentando em 2024.

A concentração atmosférica de dióxido de carbono (CO2), por exemplo, aumentou de cerca de 278 ppm em 1750 para 420 ppm em 2023, um aumento de 51%.

O CO2 é um dos gases principais responsáveis por reter o calor e fazer com que as temperaturas da superfície terrestre aumentem.

Mapa mostra predominância de chuvas extremas e secas severas entre janeiro e setembro de 2024. Crédito: GPCC/OMM
Mapa mostra predominância de chuvas extremas e secas severas entre janeiro e setembro de 2024. Crédito: GPCC/OMM

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