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Quinta-feira, 7 out 2021 - 15h58
Por Maria Clara Machado

Coluna de erupção do Cumbre Vieja resulta em imagem rara no céu

O Cumbre Vieja continua em erupção em La Palma, nas Canárias, e os efeitos resultam em imagens espetaculares que vem sendo registradas em detalhes por satélites dando a dimensão do fenômeno. Mais uma imagem de satélite foi publicada pela NASA revelando uma espécie de anéis de nuvens sobre La Palma.

Imagem de satélite mostra um padrão de nuvens circulares ao redor do vulcão Cumbre Vieja no dia primeiro de outubro. Crédito: NASA
Imagem de satélite mostra um padrão de nuvens circulares ao redor do vulcão Cumbre Vieja no dia primeiro de outubro. Crédito: NASA

Inversão térmica sobre o vulcão
O fenômeno da inversão térmica tão conhecido nos grandes centros urbanos como a cidade de São Paulo, quando uma camada cinza de poluição fica parada no horizonte próxima a superfície, também pode acontecer sobre um vulcão ativo.

A imagem de satélite acima adquirida pelo AQUA, da NASA, no dia primeiro de outubro, revelou que um fenômeno deste tipo aconteceu sobre Cumbre Vieja e as imagens são peculiares.

A coluna de erupção, contendo vapor d’água e gases superaquecidos, adquire naturalmente um movimento ascendente na vertical em direção a atmosfera onde o ar está mais frio. Porém, ao ultrapassar a altitude de 5300 quilômetros, em níveis superiores da atmosfera, se deparou com outra camada de ar mais quente e seca proveniente da poeira do Deserto do Saara, na África, ao leste de La Palma.

Neste encontro, o ar quente em níveis superiores da atmosfera funcionou como uma espécie de tampa impedindo que a pluma vulcânica subisse mais se resfriando e o processo da inversão térmica acabou forçando a coluna de gases e a se espalhar horizontalmente, dando um efeito de ondas suspensas sobre o Cumbre Vieja e a ilha de La Palma.

Observando do espaço parece que anéis de nuvens foram sendo colocados sobre o vulcão. É como a brincadeira de jogar uma pedrinha no lago criando ondas que se propagam pela água.

O fenômeno também foi registrado pela Agência Estatal de Meteorologia da Espanha (AEMET).

A imagem revela a interação da pluma eruptiva do Cumbre Vieja com a inversão de temperatura observada acima de 5300 quilômetros de altitude. O vulcão emite pulsos de diferentes intensidades que causam essas ondas de nuvens. Crédito: Imagem divulgada pela AEMET.
A imagem revela a interação da pluma eruptiva do Cumbre Vieja com a inversão de temperatura observada acima de 5300 quilômetros de altitude. O vulcão emite pulsos de diferentes intensidades que causam essas ondas de nuvens. Crédito: Imagem divulgada pela AEMET.

Mais imagens por satélite
O satélite AQUA, da NASA, também adquiriu outro tipo de imagem muito nítida de uma densa nuvem de cinzas indo em direção ao sul de La Palma no dia 4 de outubro. Na ocasião, a nuvem atingiu três quilômetros de altitude e não encontrou a camada de ar mais quente.

Imagem de satélite mostra uma densa nuvens de cinzas saindo do vulcão em La Palma indo em direção ao sul da ilha no dia 4 de outubro. Crédito: NASA
Imagem de satélite mostra uma densa nuvens de cinzas saindo do vulcão em La Palma indo em direção ao sul da ilha no dia 4 de outubro. Crédito: NASA

Hoje, a intensidade da nuvem de cinzas expelida pelo Cumbre Vieja obrigou novamente a suspensão de voos no aeroporto de La Palma.

O vulcão Cumbre Vieja despertou no dia 19 de setembro e desde então continua lançando cinzas para a atmosfera e derramando fluxos contínuos de lava sobre a parte sudoeste de La Palma em direção ao mar. Em quase vinte dias de atividade, mais de mil edificações foram destruídas e a lava já cobriu 750 hectares.

Satélite registra rio de lava que escorre do vulcão Cumbre Vieja



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