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Terça-feira, 27 abr 2021 - 16h04
Por Maria Clara Machado

Como está a cobertura de gelo marinho nos polos em 2021?

A cobertura de gelo marinho nos polos da Terra aumenta e diminui de acordo com as estações do ano naturalmente, mas nas últimas décadas o declínio do gelo tem sido mais evidente especialmente no Ártico. Novos dados foram divulgados pela NASA e demonstram como está a extensão de gelo marinho no Ártico e Antártica nos períodos recentes de 2020 e 2021.

Golfo de Sant Lawrence é visto do espaço por astronautas da Estação Espacial Internacional. Imagem ilustrativa de abril de 2019. Crédito: NASA.
Golfo de Sant Lawrence é visto do espaço por astronautas da Estação Espacial Internacional. Imagem ilustrativa de abril de 2019. Crédito: NASA.

Dados obtidos por satélite confirmam que a cobertura de gelo do mar Ártico de 2020-2021 está bem abaixo do que era nas décadas de 1970 e 1980. Já os dados da Antártica de 2020-2021 mostram que a cobertura de gelo se recuperou um pouco em relação ao pior ano de 2017.

Degelo do Ártico tem crescido a cada década
Nos mapas com as máximas e mínimas anuais do gelo marinho no Ártico é fácil observar que em nenhuma das ocasiões a extensão atingiu a média delimitada pelo traçado amarelo.

Os mapas mostram a extensão média do gelo marinho do Ártico para setembro de 2020 (esquerda) e março de 2021 (direita), meses em que a região atinge sua cobertura anual mínima e máxima de gelo. Crédito: NASA.
Os mapas mostram a extensão média do gelo marinho do Ártico para setembro de 2020 (esquerda) e março de 2021 (direita), meses em que a região atinge sua cobertura anual mínima e máxima de gelo. Crédito: NASA.

Observações do degelo no Ártico entre 1981 e 2021. Crédito: NASA.
Observações do degelo no Ártico entre 1981 e 2021. Crédito: NASA.

Nos últimos meses, quando o gelo marinho do mar Ártico atingiu sua extensão mínima em 15 de setembro de 2020, media 3,74 milhões de quilômetros quadrados, o segundo mínimo desde os primeiros registros por satélite em 1979. Sabe-se que o derretimento do Ártico tem crescido nos últimos anos, sendo o pior ano em 2012.

Já a extensão máxima do gelo marinho no Ártico foi alcançada em 21 de março de 2021, medindo 14,77 milhões de quilômetros quadrados, novamente abaixo da média (1981-2010) de 15,64 milhões de quilômetros quadrados.

2021 é, portanto, considerado o sétimo ano com o menor nível máximo de gelo marinho no Ártico no período de 43 anos de observações.

Em determinadas regiões é mais evidente o impacto do degelo acelerado. No Golfo de Saint Lawrence, que banha terras canadenses, por exemplo, a falta de gelo marinho levou os filhotes de focas a se aglomerarem na costa, ficando mais vulneráveis aos predadores.

Altos e baixos do gelo marinho na Antártica
Ao olhar para os dados sazonais do gelo marinho da Antártica em seu máximo e mínimo anual a situação é um pouco mais confortável.

Os mapas mostram a extensão média do gelo marinho da Antártica para setembro de 2020 (esquerda) e fevereiro de 2021 (direita), período do máximo e mínimo de gelo em todo o continente. Crédito: NASA.
Os mapas mostram a extensão média do gelo marinho da Antártica para setembro de 2020 (esquerda) e fevereiro de 2021 (direita), período do máximo e mínimo de gelo em todo o continente. Crédito: NASA.

Observações do degelo na Antártica entre 1981 e 2021. Crédito: NASA
Observações do degelo na Antártica entre 1981 e 2021. Crédito: NASA

O gelo marinho da Antártica atingiu o máximo anual em 28 de setembro de 2020 quando media 18,95 milhões de quilômetros quadrados, um pouco abaixo da média (1981-2010) de 18,6 milhões de quilômetros quadrados.

Da mesma maneira, o mínimo de gelo marinho registrado em 21 de fevereiro de 2021 não ficou tão baixo. Sua extensão chegou a 2,6 milhões de quilômetros quadrados, ligeiramente abaixo da média de 2,8 milhões de quilômetros quadrados.

Curiosamente, o mínimo no final de fevereiro foi seguido por um período de congelamento rápido adicionando mais de um milhão de quilômetros quadrados de gelo marinho ao redor da Antártica no início de março, a expansão mais rápida já registrada nesta época pelas medições que se tem.

Os altos e baixos do gelo marinho na Antártica também têm sido estudado a fundo pelos pesquisadores. Desde o final da década de 1970, a cobertura de gelo sazonal atingiu um pico recorde em 2014, mas depois um rápido declínio nos anos seguintes. O último recorde nunca mais foi atingido até então.



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