Quinta-feira, 20 fev 2020 - 14h22
Por Maria Clara Machado
A grande cadeia de lagos que se estende pela fronteira entre o norte dos Estados Unidos e o Canadá está demonstrando uma anomalia este ano. A cobertura de gelo sobre os Grandes Lagos, comum durante o inverno, está menor na comparação com invernos anteriores. Imagens de satélite divulgadas pela NASA revelam com detalhes a transformação na região.
Imagem de satélite capturada em 14 de fevereiro de 2020 revela água azul-esverdeada, neve e gelo nos Grandes Lagos. Crédito: NASA/NOAA. A região dos Grandes Lagos é formada por cinco lagos principais interligados com inúmeros rios, lagos menores e ilhas formando um grande complexo de água doce. O lago Michigan é o único que está inteiro em território norte-americano. Os lagos Erie, Huron, Ontario e o Superior estão presentes na fronteira entre os Estados Unidos e o Canadá. Todos os invernos, pelo menos uma parte dos Grandes Lagos da América do Norte congela. O aumento ou a diminuição desta cobertura de gelo tem relação direta com a temperatura do ar e o calor prevaleceu este ano. Fragmentos de gelo são visíveis nas margens do Lago Superior. Crédito: NASA/NOAA. Nas imagens de satélite em cores naturais captadas no dia 14 de fevereiro de 2020 pela NOAA-NASA ainda é possível observar a água azul-esverdeada sem congelamento. É bem evidente no lago Erie. Já a maioria das áreas brancas revela nuvens e neve e pequenos fragmentos de gelo são observados nas margens em particular no Lago Superior. Neste dia, o congelamento era de apenas 17% de toda a superfície dos Grandes Lagos. Nesta época do ano, o normal seria quase a metade dos Grandes Lagos estar congelada. O inverno rigoroso de 2013/2014 com dias de ar frio persistente congelaram 88% da superfície dos Grandes Lagos. Essa cobertura foi recorde.
"A mudança anual da temperatura do ar é o principal fator na cobertura de gelo durante o inverno nos Grandes Lagos”, afirma Wang. Neste caso, a contribuição do aquecimento global é menor, mas já se observa um ligeiro aquecimento causado por mudanças em padrões analisados nos últimos quatro anos, segundo o estudioso. Nos dias seguintes à aquisição das imagens de satélite, a extensão do gelo variou um pouco, mas logo caiu para 16% no último dia 18 de fevereiro. Wang acredita que os níveis de gelo no restante do inverno permaneçam baixos à medida que a incidência da luz solar aumenta com a chegada da primavera. A pouca cobertura de gelo nos Grandes Lagos pode deixar consequências pelo resto do ano com temperaturas mais altas da água e uma maior evaporação. |
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