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Sexta-feira, 29 set 2023 - 15h24
Por Maria Clara Machado

Enxame sísmico desperta preocupação de especialistas na região italiana de Nápoles

A terra está tremendo na zona dos Campos Flégreos, ou Campi Flegrei, em Nápoles, na Itália esta semana, com um enxame sísmico detectado pelo Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV). Os tremores de baixa magnitude atingem a temida grande área de crateras vulcânicas e despertou preocupação dos especialistas.

Vista aérea dos Campos Flégreos, conhecido como Campi Flegrei, em italiano, formado por uma cadeia de crateras vulcânicas. Crédito: Retaggio, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1261001/Wikipedia
Vista aérea dos Campos Flégreos, conhecido como Campi Flegrei, em italiano, formado por uma cadeia de crateras vulcânicas. Crédito: Retaggio, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=1261001/Wikipedia

O tremor mais forte registrado até o momento atingiu magnitude 4.2, a uma profundidade estimada de 2,7 quilômetros, no dia 27 de setembro e foi sentido pela população numa ampla área de Roma à Potenza, sem registro de feridos.

“Este foi o maior sismo dos últimos 40 anos” na região, declarou Antonio Di Vito, diretor do Observatório do Vesúvio INGV.

Acompanhe em tempo real todos os sismos registrados ao redor do globo aqui

O que pode acontecer?
De acordo com o INGV, os abalos estão ligados ao vulcanismo da região, num processo de elevação do terreno, que já vem tremendo há meses. Ainda segundo Di Vito, esse processo de elevação do terreno dos Campos Flégreos está ligeiramente se intensificando em 1,5 cm por mês.

As medições indicam que o magma se encontra a uma profundidade aproximada de seis quilômetros e no momento imediato a situação não apresenta risco de erupção.

Entretanto, gestores do INGV solicitaram ao prefeito de Nápoles e autoridades uma verificação das estruturas e segurança em edifícios públicos, escolas e hospitais da região, paralelamente aos planos para uma ação rápida de evacuação de algumas zonas como Agnano e Solfatara, caso seja necessário.

Quando uma situação semelhante aconteceu na década de 1980, cerca de 40 mil pessoas foram retiradas de Pozzuoli, região metropolitana de Nápoles.

Os especialistas vêm acompanhando um aumento de atividade sísmica na região nos últimos meses e isso poderá continuar.

Os técnicos explicam que há estudos mostrando que os tremores sísmicos dos Campos Flégreos serão cada vez mais frequentes e mais fortes. A parte mais superficial da enorme caldeira vulcânica principal mudou ao longo do tempo, facilitando o aparecimento de fraturas.

O último comunicado do INGV informa que o enxame sísmico detectado essa semana cessou. Foram pelo menos 88 eventos com magnitude de até 4.2 e epicentros localizados na área Accademia-Solfatara (Pozzuoli), região metropolitana de Nápoles e no Golfo de Pozzuoli, entre os dias 26 e 27 de setembro.

Mapa mostra o aumento de sismos na região dos Campos Flégreos, em Nápoles, entre os dias 26 e 27 de setembro. Crédito: INGV
Mapa mostra o aumento de sismos na região dos Campos Flégreos, em Nápoles, entre os dias 26 e 27 de setembro. Crédito: INGV

Sobre os Campos Flégreos
Todo o monitoramento dos Campos Flégreos é constante pelo Observatório Vesúvio em contato direto com o Departamento de Proteção Civil. Atualmente, os parâmetros indicam uma continuação da elevação do solo, o que já vem sendo observado desde o começo do ano.

A região dos Campos Flégreos tem cerca de 360 mil moradores em sete centros habitados de maior risco, incluindo uma parte da cidade de Nápoles. Sua formação é uma depressão de 11 quilômetros de comprimento com caldeiras supervulcânicas milenares.

Confira aqui como estão as últimas atividades vulcânicas ao redor do globo!



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