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Sexta-feira, 6 dez 2024 - 10h27
Por Maria Clara Machado

Estudo mostra que ondas de calor vão além de projeções de modelos climáticos atuais

Um estudo recente divulgado pela revista científica de referência Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), demonstrou que ondas de calor extremo superaram as projeções feitas por modelos climáticos em várias partes do globo nas últimas décadas. São pontos críticos, onde a temperatura alcançou muito além do projetado.

Mapa mostra temperatura do ar em parte do globo no dia 25 de junho de 2024, produzida pela combinação de observações de satélite com temperaturas previstas pelo modelo GEOS. Crédito: Earthobservatory/NASA
Mapa mostra temperatura do ar em parte do globo no dia 25 de junho de 2024, produzida pela combinação de observações de satélite com temperaturas previstas pelo modelo GEOS. Crédito: Earthobservatory/NASA

Para chegar às conclusões, a equipe de pesquisadores analisou as curvas de aquecimento do planeta entre 1958 e 2022. Na sequência, simularam o mesmo período utilizando modelos climáticos mais recentes.

Comparando os dois cenários, foi possível observar que os modelos de clima projetaram as ondas de calor extremo que ocorreram ao longo dos anos, entretanto, em determinadas partes do globo os extremos foram muito piores do indicaram as simulações.

As mudanças climáticas têm tornado os bloqueios atmosféricos mais frequentes e duradouros. São situações meteorológicas onde uma grande massa seca impede o avanço de outros sistemas que elevem a umidade e provoquem chuva. Na prática, são vários dias de tempo seco e quente, onde muitas vezes a temperatura máxima pode ficar pelo menos 5°C acima da média e por cinco dias consecutivos, configurando uma onda de calor.

Além disso, a falta de chuva e calor intenso ressecam a vegetação e por sua vez, a baixa umidade do solo dificulta a formação das nuvens de chuva, criando assim um ciclo vicioso para a continuidade das altas temperaturas extremas.

Os pesquisadores reafirmam que as ondas de calor deverão ser mais severas e mais frequentes do que os modelos de clima estão enxergando.

Brasil está entre os pontos críticos de calor
De acordo com o estudo, os modelos matemáticos subestimaram situações extremas de calor em pontos críticos na Austrália, no noroeste do Canadá e da Europa, extremo norte do Ártico, centro da China, Japão e Coreia, na América do Sul, incluindo o Brasil e a Amazônia.

Mapa revela regiões onde as ondas de calor superaram as simulações dos modelos climáticos nas últimas décadas. Crédito: divulgação PNAS/Meteored
Mapa revela regiões onde as ondas de calor superaram as simulações dos modelos climáticos nas últimas décadas. Crédito: divulgação PNAS/Meteored

Os autores do estudo também alertam que as ondas de calor extremo poderão ocorrer ao longo de todo ano.

Por outro lado, a pesquisa mostrou pontos inversos, onde o aumento da temperatura foi menor do que o previsto, como por exemplo, no norte da África e na Sibéria.

Para os pesquisadores, os modelos climáticos ainda não conseguem enxergar toda essa complexidade de fenômenos locais, que contribuem para intensificar ainda mais cada evento extremo.

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