Quarta-feira, 16 fev 2022 - 09h27
Por Maria Clara Machado
A serra fluminense continua em perigo para novos deslizamentos de terra depois da chuva torrencial de ontem, que ultrapassou 200 milímetros em Petrópolis e já deixou dezenas de mortos. A tragédia é mais um evento climático extremo resultado de uma chuva do tipo orográfica, segundo as explicações da meteorologia.
Temporal que começou no meio da tarde acumulou mais de 200 mm em Petrópolis nesta terça-feira. Crédito: Reprodução Redes Sociais
Ventos vindos do oceano na costa do estado do Rio de Janeiro seguiram em direção a serra e ajudaram a concentrar muita umidade gerando as nuvens pesadas especificamente sobre a região de Petrópolis, despejando grande quantidade de chuva. Esta situação foi somada a presença de uma frente fria no Rio de Janeiro. Na avaliação do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) o evento climático extremo de Petrópolis foi provocado por uma Supercélula, fenômeno intenso e difícil de ser previsto. É um tipo de nuvem de tempestade que possui uma corrente de ar ascedente girando no interior. A Supercélula em geral fica isolada de outras tempestades e de maneira localizada provoca chuva muito volumosa e ventania. A evolução de Supercélula é perigosa, pois é quando ocorre a formação dos tornados. O cenário devastador de Petrópolis lembra paisagens destruídas por uma bomba, tornados e tsunamis e foi considerado o evento de chuva mais extremo na cidade, desde que se iniciaram as medições meteorológicas em 1932. O temporal da tarde da terça-feira resultou em muitos alagamentos, enxurradas assustadoras e graves deslizamentos de terra na cidade, que é toda cercada por morros. Os socorristas trabalham nos resgates dramáticos entre muita destruição e lama espalhada desde ontem à noite e o balanço preliminar da Defesa Civil é de 80 deslizamentos de terra. O Bairro Alto da Serra foi o mais atingido concentrando o maior número de deslizamentos de terra. Até o momento, são 38 mortos segundo o Corpo de Bombeiros, mas o número de vítimas poderá aumentar, pois há desaparecidos. O trabalho de resgate entre os escombros é difícil e prossegue o dia todo.
O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) faz o alerta para mais chuva na região serrana fluminense, em Minas Gerais e aumentando no Espírito Santo. A Região Sudeste do Brasil, incluindo a serra fluminense, tem histórico de temporais volumosos nos meses do verão. Os eventos atingem anualmente áreas de risco e vêm se tornando cada vez mais intensos, alertam os cientistas em clima. As situações evidenciam a necessidade cada vez mais de uma preparação, investimentos e alertas para este tipo de tragédia climática. |
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