Quinta-feira, 21 jul 2022 - 15h59
Por Maria Clara Machado
Milhares de franceses precisaram deixar suas casas para fugir dos incêndios florestais históricos, que dispararam na região oeste e sudoeste da França, impulsionados pela onda de calor acima da média que cobre a Europa. O ano de 2022 já é histórico com mais de 40 mil hectares queimados até meados de julho.
Reprodução de imagem de incêndio devastador em Gironde, área fortemente atingida pelo fogo esta semana. Crédito: Divulgação pelo twitter @Meteovilles/@Bleu Gironde
As projeções indicam um aumento médio na temperatura de 1,5°C em 60 anos. Num cenário otimista, esta variação de temperatura ficará perto de 1°C e no pior cenário, o aumento médio da temperatura poderá chegar a 2,5°C até 2055. Os alertas sobre a aceleração das mudanças climáticas já ocorrem muito antes desta recente onda de calor, que quebrou recorde, e do aumento dos incêndios florestais na França. Outro ponto alarmante é o crescimento do número anual de dias quentes, quando a temperatura passa dos 25°C. Situações extremas com dias de calor acima dos 35°C também poderão se tornar mais frequentes nesta região francesa, que engloba a cidade de Nantes, com recorde de temperatura de 42°C esta semana. O oeste da França deverá sofrer com as ondas de calor que se tornarão mais frequentes, severas e prolongadas, no período de cinco dias ou mais. Cerca de um terço do ano poderá ser predominantemente de dias quentes na região até o final do século, conforme diz o relatório. É fato que o Pays de la Loire registrou uma quantidade de ondas de calor entre 2000 e 2020 maior do que em cinco décadas anteriores.
Dois focos sozinhos consumiram cerca de 20 mil hectares nos últimos dias, o equivalente a duas vezes a área de Paris e os bombeiros consideraram o incêndio do século na região. Hoje, a prefeitura anunciou que a situação começa a ser controlada, mas ainda são cerca de dois mil bombeiros e seis aviões mobilizados para os trabalhos de rescaldo e atentos a uma possível retomada do fogo. Outros incêndios foram devastadores como na região da Bretagne, além de áreas florestais dos departamentos de Sarthe e Loire-Atlantique, em Pays de la Loire. O total devastado no país chega a 40 mil hectares até meados de julho, equivalente a aproximadamente 40 mil campos de futebol, o que já faz de 2022 um ano histórico em área queimada na França e caminha para um novo recorde. O ano de 2022 já acumula 40 mil hectares de área queimada em incêndios florestais na França superando todo o período de 2006 a 2021. Crédito: Divulgação @SergeZaka Dados do Observatório Copernicus demonstram que entre o período de 2006 e 2021, até 6 mil hectares de florestas queimaram em meados de julho. Um recorde aconteceu em 2003, com quase 45 mil hectares devastados e este ano de 2022 pode superar este total. A última vez que situações como estas foram registradas foram nos verões das décadas de 70 e 80, quando os incêndios destruíram a cada ano mais de 40 até 50 mil hectares de florestas, especialmente nas regiões de Provença ou Córsega. Em 1949, 82 pessoas morreram em um incêndio em Gironde. Apesar da evolução dos incêndios em 2022, não há registro de vítimas fatais até o momento.
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