Quarta-feira, 18 nov 2020 - 11h34
Por Maria Clara Machado
Os cientistas continuam rastreando o gigante iceberg A-68A em uma jornada inédita, que pode terminar com seu maior fragmento muito próximo ou até mesmo colidindo à ilha Geórgia do Sul, distante no Atlântico Sul.
O gigante A-68 se desprendeu da Península da Antártida em 2017. Tinha originalmente 6 mil quilômetros quadrados. Crédito: NASA. O gigante A-68A originalmente se desprendeu da plataforma de gelo Larsen C, na Península Antártida em 2017. Três anos depois, o imenso bloco de gelo sobrevive e está chegando muito perto da Geórgia do Sul. Até agora duas placas de gelo se romperam do iceberg original inicialmente com cerca de 6 mil quilômetros quadrados. O A-68 se desprendeu primeiramente em julho 2017 e duas semanas depois se partiu em dois pedaços batizados então de A-68A e A-68B. Mais recentemente, em abril de 2020, outra placa de gelo bem menor se rompeu do iceberg mãe surgindo então o A-68C. Imagem de satélite mostra o imenso A-68A ainda pouco fragmentado rumo à Geórgia do Sul no dia 5 de novembro. Crédito: NASA. Uma imagem recente de resolução moderada, adquirida pelo satélite Terra da NASA, mostra o imenso iceberg A-68A atualmente com tamanho próximo a 4,8 mil quilômetros quadrados, a menos de 500 quilômetros da costa sudoeste da ilha Geórgia do Sul no dia 5 de novembro de 2020.
Os pesquisadores ressaltam que mais de 90% de todos os icebergs que se desprendem da Antártida percorrem esse caminho, mas a maioria simplesmente não sobrevive e acaba se rompendo em diversos blocos de gelo menores à medida que se aproximam das águas mais quentes do oceano. Embora o A-68A esteja seguindo a mesmo caminho da maioria dos icebergs, os detalhes da sua jornada são únicos e ele se mantém muito grande. Em abril de 2020, o iceberg já estava à deriva nas águas relativamente mais quentes perto das ilhas Órcades do Sul (South Orkney) a cerca de 800 quilômetros de onde se desprendeu. Por vários meses, o A-68A enfrentou o gelo marinho e as correntes e redemoinhos oceânicos até que foi levado intacto rumo ao nordeste em direção à Geórgia do Sul. Trajeto percorrido pelo A-68A desde que se desprendeu da Península Antártida em julho de 2017. O gigante começou a andar em setembro. Crédito: NASA.
Outra possibilidade é finalmente o A-68A se dividir em icebergs menores, já não suficientemente grandes para serem nomeados. “As correntes e redemoinhos são muito caóticos para realmente fazer uma previsão sobre aonde o iceberg irá ao certo e sua velocidade. As observações recentes sugerem que provavelmente o A-68A chegará logo ao sul da Geórgia do Sul, mas não é possível ter certeza”, afirmou Christopher Readinger, do National Ice Center (USNIC), ligado a NOAA. O A-68C, parte do original, encontra-se hoje a 420 quilômetros a nordeste da Geórgia do Sul e já está se fragmentando em pedaços menores, que logo serão muito pequenos para os cientistas do USNIC rastrearem.
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