Terça-feira, 5 jan 2021 - 11h02
Por Maria Clara Machado
Imagens de satélite revelam que o gigante iceberg A68-A à deriva próximo à ilha Geórgia do Sul, no Atlântico Sul, finalmente se rompeu. Foram meses de acompanhamento e expectativa por parte dos pesquisadores para saber o que iria acontecer com o atual maior iceberg do mundo. Pelo menos três grandes fragmentos foram detectados.
Gigante A68A quando se rompeu da Antártida em 2017. Crédito: Joshua Stevens/Earth Observatory/NASA/USGS Imagens de satélite do Worldview, da NASA, ainda mostravam o iceberg A68-A inteiro a menos de cem quilômetros da costa da Geórgia do Sul em 15 de dezembro de 2020. Iceberg A68-A a menos de 100 quilômetros da Geórgia do Sul em 15 de dezembro de 2020. Crédito: Worldview/NASA. Ao que tudo indicava, a massa de gelo poderia encalhar e até colidir com a Geórgia do Sul e ali permanecer. Outra hipótese dos cientistas seria o A68-A não resistir às ações dos redemoinhos marítimos e correntes de ventos da região e se partir. Os pedaços seriam arrastados ao redor da ilha. Um bloco de gelo começou então a aparecer já no dia 18 de dezembro em imagens de satélite do Worldview. Bloco de gelo se rompe do A68-A e aparece nas imagens do dia 18 de dezembro de 2020. Crédito: Worldview/NASA. O CopernicusEU Sentinel-1 mostrou grandes fissuras detectadas no dia 22 de dezembro. A imagem de satélite evidencia as rachaduras indicando que o A68-A estava prestes a se romper em mais pedaços. Crédito: @laura_gerrish/British Antarctic Survey Crédito: @laura gerrish/British Antarctic Survey Enormes blocos de gelo começaram a se separar do iceberg mãe nos dias seguintes. Outras imagens de satélite do Worldview, da NASA, mostram a evolução do dia 31 de dezembro. Os fragmentos A68-E e o A68-F além de outros menores podem ser vistos nesta imagem de satélite do dia 31 de dezembro de 2020. Crédito: Worldview/NASA.
Graças à disponibilidade e a eficiência dos dados de satélites, toda a jornada do A68-A pode ser monitorada atentamente pelos cientistas até agora. Os novos fragmentos já foram nomeados como A68-D, A68-E e A68-F pelo US National Ice Center. O atual tamanho desses fragmentos foram calculados pela especialista Laura Gerrish, do British Antarctic Survey, sendo 144 quilômetros quadrados o A68-D, 655 quilômetros quadrados o A68-E e 225 quilômetros quadrados o A68-F. O original A68-A que inicialmente tinha quase 6 mil quilômetros quadrados, está agora aproximadamente com 2600 quilômetros quadrados, permanecendo muito grande apesar das rupturas. Como comparação, o tamanho atual do A68-A supera o da região metropolitana de São Paulo, que é de aproximadamente 1500 quilômetros quadrados. A maior preocupação dos cientistas é quanto ao impacto que o gigante A68-A possa trazer ao ecossistema da Geórgia do Sul, já que ao parar nas águas rasas da região, o iceberg pode alterar de maneira significativa as rotas de alimentação da imensa população de pinguins e focas da ilha. |
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