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Quarta-feira, 17 fev 2021 - 10h52
Por Maria Clara Machado

Iceberg do tamanho de Londres está prestes a surgir na plataforma Brunt na Antártida

Faz dois anos que os olhos dos cientistas e pesquisadores estão mais atentos à plataforma de gelo Brunt, na Antártida, onde um grande iceberg, do tamanho da cidade de São Paulo ou do tamanho de Londres, está prestes a surgir. Imagens de satélite e outros dados atuais indicam a iminência do rompimento da enorme massa de gelo estimada em mil e quinhentos quilômetros quadrados.

Imagem divulgada pela Agência Espacial Europeia mostra a nova rachadura que avança rapidamente nas plataformas de gelo Brunt e Stancomb-Wills, na Antártida. Crédito: ESA.
Imagem divulgada pela Agência Espacial Europeia mostra a nova rachadura que avança rapidamente nas plataformas de gelo Brunt e Stancomb-Wills, na Antártida. Crédito: ESA.

Nova rachadura indica breve rompimento do gelo
O satélite Copernicus Sentinel da Agência Espacial Europeia (ESA), capturou imagens de satélite da região que revelam uma nova e grande rachadura na plataforma de gelo Brunt no mar de Weddell, no continente antártico.

A grande rachadura, Chasm 1, que se estende do norte ao sul de Brunt, apareceu há mais de 25 anos, enquanto a rachadura denominada Halloween, foi detectada pela primeira vez no dia 31 de outubro de 2016.

Mais recentemente, no final de 2019, uma terceira rachadura que 20 quilômetros de comprimento foi descoberta pela missão Copernicus Sentinel-1. O surpreendente é que novos dados indicam que a placa de gelo flutuante ao norte da nova rachadura é bastante instável com movimento aproximado de 5 metros por dia.

Três rachaduras têm sido monitoradas pela missão Copernicus Sentinel-1, da ESA. O traço vermelho indica a velocidade com que a última rachadura vem aumentando. Crédito: ESA.
Três rachaduras têm sido monitoradas pela missão Copernicus Sentinel-1, da ESA. O traço vermelho indica a velocidade com que a última rachadura vem aumentando. Crédito: ESA.

É possível ver a velocidade com que a rachadura vem aumentando entre 9 de setembro de 2020 e 27 de janeiro de 2021 no complexo das plataformas de gelo Brunt e Stancomb-Wills.

O monitoramento por satélites é primordial nas observações de fenômenos naturais em regiões remotas e neste caso, mostra como as plataformas de gelo estão se comportando em relação às alterações da temperatura do ar, do oceano e outros fatores dinâmicos.

O cientista Mark Drinkwater da ESA ressalta que com a missão Copernicus estamos muito melhor equipados não apenas para observar eventos em lugares remotos, mas para transformar dados científicos em compreensão teórica de processos complexos de fratura de gelo.

O último grande evento que ocorreu na plataforma de gelo Brunt foi em 1971, quando uma porção de gelo se rompeu do norte da área conhecida como McDonald Ice Rumples.

A plataforma de gelo Brunt é banhada pelo mar Weddell, na Antártida. Um grande iceberg está prestes a se romper. Crédito: ESA.
A plataforma de gelo Brunt é banhada pelo mar Weddell, na Antártida. Um grande iceberg está prestes a se romper. Crédito: ESA.

A68 foi o maior iceberg a se formar até agora
Em julho de 2017, um enorme iceberg se rompeu da plataforma de gelo Larsen C, na Península Antártida. Com cerca de 6 mil quilômetros quadrados a imensa massa de gelo se partiu em três pedaços, mas ainda muito grande fez uma jornada única.

O iceberg A68-A passou pela ponta da Península Antártida, atravessou o mar de Weddell e seguiu em direção à ilha Geórgia do Sul, no Atlântico Sul, onde só no início de 2021 começou a quebrar em mais pedaços. Imagens de satélites mais recentes mostram que já são 16 pedaços partidos do original e monstruoso iceberg A68-A.

Relembre o que aconteceu em janeiro:

Gigante iceberg A68-A se rompe em fragmentos próximo à Geórgia do Sul



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