Quarta-feira, 17 mar 2021 - 15h55
Por Maria Clara Machado
Os níveis de poluição do ar estão aumentando de novo, um ano depois das fortes restrições das atividades e da circulação de pessoas nas ruas por conta da disseminação do coronavírus, informou a Agência Espacial Europeia (ESA). Com a diminuição dos bloqueios em alguns países e a retomada parcial das atividades, era esperado que os níveis de dióxido de nitrogênio subissem novamente.
A ESA mapeou a China como exemplo para descobrir como estão os níveis de poluição um ano após os bloqueios gerados pela situação da pandemia. Crédito: ESA.
Em 23 de janeiro de 2020, o mundo acompanhou o primeiro e forte bloqueio das atividades econômicas em Wuhan, na China, no esforço de impedir a propagação da doença. A indústria e o trânsito foram diretamente impactados o que resultou numa forte queda nos níveis de poluição em particular em Wuhan e logo em outras áreas do país detectada pelos satélites. Um poluente que teve queda drástica foi o dióxido de nitrogênio, gás resultado principalmente do tráfego e da queima de combustível fóssil em processos industriais. Um ano depois, as medidas de restrições diminuíram na China e o que se vê é o nível médio de poluentes atmosféricos subindo novamente. Imagens obtidas por dados do satélite Copernicus Sentinel-5P com alta resolução espacial do centro e leste da China, como exemplo, mostram a comparação da concentração de dióxido de nitrogênio em fevereiro de 2019, fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021. As manchas em vermelho escuro indicam alta concentração de dióxido de nitrogênio. Mapa comparativo da concentração de dióxido de nitrogênio sobre o centro e leste da China no mês de fevereiro nos anos de 2019,2020 e 2021. Crédito: ESA. Comparando em porcentagem, as concentrações de dióxido de nitrogênio em Pequim, por exemplo, caíram 35% entre fevereiro de 2019 e de 2020. Em Chongqing, a queda na concentração do poluente foi ainda maior e chegou a 45% no mesmo período, para quase dobrar os níveis pré-pandêmicos em fevereiro de 2021.
O satélite Copernicus Sentinel-5P é a primeira missão Copernicus da ESA dedicada ao monitoramento da atmosfera do globo terrestre. Ele é capaz de mapear inúmeros gases residuais como dióxido de nitrogênio, ozônio, formaldeído, dióxido de enxofre, metano, monóxido de carbono e aerossóis, sendo que todos afetam o ar que respiramos. |
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