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Segunda-feira, 24 jun 2024 - 11h34
Por Maria Clara Machado

Incêndios no Pantanal já superaram o ano recorde de 2020 e perspectivas são críticas

Os bombeiros seguem no trabalho árduo de combate ao fogo no Pantanal, que já registra o maior de focos de incêndios nos primeiros seis meses de 2024, superando o mesmo período de 2020, ano recorde de queimadas na região, quando um quarto do bioma foi destruído. O Pantanal está agora entrando no período seco regular e os especialistas alertam para as perspectivas críticas.

Número de incêndios até agora no Pantanal já superou o mesmo período de 2020, recorde anterior. Crédito: CBMMS
Número de incêndios até agora no Pantanal já superou o mesmo período de 2020, recorde anterior. Crédito: CBMMS

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O Programa de monitoramento de BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) contabilizou 3662 focos de incêndios entre primeiro de janeiro e 23 de junho de 2024. Uma alta de mais de 2000% em relação ao mesmo período do ano passado e o maior número de focos desde 2020, o recorde anterior dentro da série histórica iniciada em 1998.

A área queimada já atingiu mais de 600 mil hectares, ou aproximadamente 600 mil campos de futebol, pelos dados da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A grande área atingida pelo fogo equivale também a três vezes o território da cidade de São Paulo.

Do total contabilizados pelos satélites de monitoramento ambiental, 2363 focos ocorreram apenas neste mês de junho. Mais de 400 focos de incêndios estão ardendo no bioma nas últimas 48 horas e o governo de Mato Grosso do Sul entrou com o pedido de decreto de situação de emergência por causa dos incêndios no Pantanal nesta segunda-feira, dia 24.

Os bombeiros de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, uma das áreas mais afetadas, relatam que enfrentam diversos focos fora de controle há três semanas. Muitas vezes são necessárias de uma a três horas de embarcação pelo rio para se chegar às áreas dos focos principais.

O vento é um fator que dificulta os trabalhos de combate aos incêndios, pois ele espalha a fumaça e o fogo. Até a noite os trabalhos continuam e apesar da restrição de luminosidade, os bombeiros têm à favor o aumento da umidade e as temperaturas mais baixas.

Esta semana o governo federal enviou ajuda e sete aeronaves, ao lado de helicópteros, atuaram na região, coletando água dos rios e despejando sobre as áreas dos incêndios.

Novos soldados particpam de treinamento de combate ao fogo no Pantanal. Crédito: divulgação CBMMS
Novos soldados particpam de treinamento de combate ao fogo no Pantanal. Crédito: divulgação CBMMS

Treinamento de combate ao fogo sendo realizado em 14 de junho no Pantanal. Crédito: divulgação CBMMS
Treinamento de combate ao fogo sendo realizado em 14 de junho no Pantanal. Crédito: divulgação CBMMS

O clima do Pantanal já mudou
Especialistas e estudiosos alertam que o clima do bioma Pantanal já mudou.

Parte da região já está mais seca e quente, caracterizada pelo clima “subúmido seco”, algo que antes só era observado em regiões do Nordeste e do norte de Minas Gerais.

Pesquisadores do CEMADEN demonstram que as condições de seca excepcional, a mais grave da escala, e enfrentada pelo bioma, está mais distribuída atualmente por Mato Grosso e por Mato Grosso do Sul, do que estava há três anos.

Perspectivas são críticas
Os climatologistas já alertaram para uma situação mais crítica no bioma este ano. A disparada no número de focos de incêndio se deu bem antes do período normal de seca.

Já são quatros anos de chuvas abaixo da média histórica e a tendência de tempo seco deve continuar, pois o Pantanal está iniciando o seu período regular de seca que se estende pelo inverno.

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