Quinta-feira, 5 mar 2020 - 12h50
Por Maria Clara Machado
O número mortos em decorrência dos deslizamentos de morros no Guarujá, em Santos e em São Vicente, no litoral paulista, subiu para 27 até o início da tarde desta quinta-feira de acordo com a Defesa Civil. Os desmoronamentos ocorreram durante a chuva torrencial que atingiu a Baixada Santista entre a noite de segunda-feira e a madrugada de terça-feira. Ainda há 43 pessoas desaparecidas e o número de desabrigados passa de 480.
Deslizamentos de terra já provocaram 27 mortes na Baixada Santista após chuvas de 200 a 300 mm entre a noite de segunda-feira e a madrugada de terça-feira. Crédito: Divulgação/Prefeitura do Guarujá. A quantidade de chuva que caiu sobre a região foi extrema para o período de apenas 12 horas. Segundo os dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) o volume de chuva atingiu 320 mm no Guarujá, 239 mm em Santos e 207 mm em São Vicente. Todos os valores se aproximaram ou ultrapassaram a média de chuva normal para todo o mês de março. Qualquer chuva acima de 20 mm no período de uma hora já pode ser considerada uma chuva forte com potencial para causar estragos como alagamentos dependendo de onde essa chuva cair. Volumes acima de 200 mm são extremos em qualquer situação.
Especialistas explicam que a potência da água movimenta a terra. É o chamado movimento de massa, ou deslizamentos, escorregamentos, queda de barreiras, quando a descida do solo e de rochas acontece geralmente impulsiona pela ação da água. O desmatamento e a ocupação desordenada que é realidade nessas áreas, muitas vezes sem a infraestrutura adequada, acabam deixando as encostas ainda mais vulneráveis. O solo totalmente encharcado eleva o risco de deslizamentos. O verão muito chuvoso na Região Sudeste do Brasil tem sido destaque com recordes de chuva observados em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. Fevereiro foi o mais chuvoso na cidade de São Paulo em 77 anos, desde o início das medições realizadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). A cidade do Rio de Janeiro também teve o fevereiro mais chuvoso em 24 anos pelos dados do INMET. |
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