Quarta-feira, 28 ago 2024 - 09h57
Por Maria Clara Machado
As Nações Unidas (ONU) juntamente à Organização Meteorológica Mundial (OMM) acaba de divulgar seu mais novo relatório sobre do Estado do Clima no Sudoeste do Pacífico 2023, em que detalha em 31 páginas, como a elevação do nível do mar está acima do normal e afetando com maior gravidade esta parte do planeta.
Imagem aérea de Tuvalu, no Pacífico, a primeira região a ser dramaticamente afetada pelo aumento do nível do mar. Crédito: Instagram Voice from TUVALU
Segundo o relatório da OMM divulgado terça-feira, dia 27, as temperaturas da superfície do mar no Pacífico Sul aumentaram três vezes mais rápido do que a média global desde 1980. Simultaneamente, as ondas de calor marinhas praticamente dobraram de frequência desde 1980, além de estarem mais intensas e duradouras. Durante o Fórum Anual das Ilhas do Pacífico, em Tonga, onde os resultados do relatório foram anunciados, o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, descreveu o documento como um “SOS sobre a elevação do nível do mar”. As ilhas do oceano Pacífico Sul, em particular, são os territórios mais expostos ao aumento do nível do mar, apesar delas representarem apenas 0,02% das emissões de gases globais. As ilhas estão a apenas um a dois metros acima do nível do mar e a maior parte da população mora a 5 quilômetros da costa com a metade da infraestrutura das cidades a 500 metros do mar, deixando essas regiões bastante vulneráveis. O relatório também ressalta que os alertas precoces precisam ser parte da adaptação às mudanças climáticas e da redução do risco de desastres. Isso inclui medidas proativas, como planos de evacuação e destinação de mais verbas e reforço na infraestrutura. Só um terço dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento conta com estes recursos. O aumento da temperatura da água do oceano é fator direto na elevação do nível do mar, pois o calor faz o volume de água se expandir. Outra consequência é o degelo acelerado na Antártida e na Groenlândia, que também afetam os mares, e tem sido destaque em levantamentos de monitoramento do clima pela NASA. O mar já avançou 15 cm em 30 anos no Pacífico. Complementando o cenário, o relatório da ONU também levou em conta outros fatores climáticos de 2023, incluindo o El Niño, precipitações e eventos como ciclones tropicais, seca e calor extremo na região.
As nove ilhas de Tuvalu, que já estão sendo ivadidas pelo mar de forma crítica. Crédito: divulgação Instagram Voice from TUVALU Outro relatório mais abrangente, também divulgado pela ONU na terça-feira, chama a atenção para situações críticas da elevação do nível do mar em outras partes do globo. As novas projeções indicam um aumento do nível do mar de 26 cm na cidade de Nova York e de 21 cm na cidade do Rio de Janeiro e no distrito fluminense de Atafona, em São João da Barra, até 2050. Essas regiões brasileiras já tiveram o aumento de 13 cm no nível do mar nos últimos anos. Outras projeções mostram como exemplo o aumento do nível do mar de 26 cm em Londres (Reino Unido), 29 cm em Xangai (China), 20 cm em Sydney (Austrália) e 19 cm em Buenos Aires no mesmo período. Ruínas em Atafona (RJ) causadas pelo avanço do mar. Crédito: Por Andrevruas - Obra do próprio, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=90051111 |
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