Terça-feira, 11 jun 2024 - 10h37
Por Maria Clara Machado
O monitoramento do clima global ao longo das décadas vem apontando para uma conclusão evidente. Os níveis dos mares estão aumentando no planeta como resultado do aquecimento global causado pelo homem e registram taxas atuais sem precedentes. Entre os territórios ameaçados a desaparecerem parcial ou totalmente nas próximas décadas está um dos menores países do mundo, o pequeno arquipélago paradisíaco Tuvalu.
Imagem aérea de Tuvalu, no Pacífico sul. País corre risco de ficar inabitável até 2100. Crédito: divulgação Instagram Voice from Tuvalu/@tuvalu O cenário é de aumento das águas e que afeta diretamente muitas ilhas paradisíacas do Pacífico sul, como Tuvalu, com nove ilhas e atóis, que está na lista de alerta da ONU, como um dos primeiros lugares do mundo a ficar inabitável até 2100. A região faz parte das várias ilhas de águas espetaculares entre a Austrália e o Havaí. O minúsculo arquipélago Tuvalu tem cerca de 11 mil habitantes numa faixa de 26 quilômetros quadrados de terra e passou por ocupações durante a Segunda Guerra Mundial, para no decorrer de sua história, se tornar independente em 1978. Em 2007, o governo declarou que os grandes poluidores mundiais devem indenizar Tuvalu pelos impactos das mudanças climáticas no arquipélago. Ficou emblemática a cena do ministro da Justiça, Comunicação e Relações Exteriores, Simon Kofe, dentro do mar e com a água até os joelhos, em Tuvalu, discursando na edição da COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) no ano de 2021. Ministro Simon Kofe em discurso na COP26 quando alertou que Tuvalu vai desaparecer. Crédito: Governo de Tuvalu, divulgação redes sociais
O arquipélago corre o sério risco de ter mais da metade do território inundado até 2050 e desaparecer como nação até 2100, segundo estudos de especialistas em clima. Tuvalu é um dos primeiros da lista da ONU, de países vulneráveis com o aumento do nível do mar. Crédito: divulgação Instagram Voice from Tuvalu/@tuvalu ' Além do aumento alarmante do nível do mar, “o local sofre com erosões causadas por tempestades severas, que estão cada vez mais frequentes”, declarou recentemente Richard Gokrun, diretor executivo da Rede de Ação Climática de Tuvalu. “Uma tempestade durante a maré alta no início deste ano engoliu até quatro metros de terra em alguns locais, enviando água para estradas, bairros e casas”, lembra Gokrun. Wesley Morgan, Pesquisador Sênior do Conselho Climático também aponta outra questão: “a água não afeta apenas a costa, ela pode ser vista borbulhando sob o solo durante as marés altas. Mesmo quando você não consegue ver na superfície, a água salgada está contaminando o solo”. Isso vem comprometendo as plantações e o abastecimento de água doce do país. O que é cultivado em canteiros elevados já não tem sido suficiente, mesmo para um país com menos de 12 mil habitantes. Os habitantes dependem dos recursos do oceano e o atum, por exemplo, representa a metade da economia da região. Entretanto, o aquecimento das águas está mudando o comportamento do atum e os cardumes estão migrando para fora das zonas de pesca do país. Área alagada em Tuvalu pelo aumento do nível do mar. Crédito: divulgação Instagram Voice from Tuvalu/@tuvalu'
A taxa anual de subida do nível do mar aumentou de 0,20 cm ao ano em 1993 para 0,44 cm, ou em torno de 4 mm, ao ano em 2023. Sendo observado um aumento de 103 mm desde 1993, segundo a plataforma Climate Change. Crédito: Climate Change/NASA As marés costeiras e o nível dos oceanos no planeta sofreram alterações entre 1900 e 2018 e é um importante indicador das mudanças climáticas. O mesmo estudo da ONU que alerta para o futuro crítico de Tuvalu também apontou a vulnerabilidade de outros quatro países que poderão se tornar inabitáveis até o fim deste século. São eles: Maldivas, Ilhas Marshall, Nauru e Kiribati. |
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