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Quarta-feira, 24 jul 2024 - 09h14
Por Maria Clara Machado

O dia mais quente no globo terrestre acaba de acontecer, diz Observatório Copernicus

Dados recentes do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S) revelaram um novo recorde de temperatura média global pelo segundo dia consecutivo. A Terra acaba de vivenciar no dia 22, o dia mais quente da história recente, desde o início das medições europeias, superando os recordes anteriores de 21 de julho de 2024 e 6 de julho de 2023.

Anomalias na temperatura da superfície do ar em 21 de julho de 2024, em relação à média do período 1991–2020. Crédito: C3S/ECMWF
Anomalias na temperatura da superfície do ar em 21 de julho de 2024, em relação à média do período 1991–2020. Crédito: C3S/ECMWF

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De acordo com o Observatório europeu Copernicus, a temperatura média global atingiu 17,16°C na segunda-feira, superando os 17,09°C do último domingo e ainda o recorde anterior de 17,08°C, registrado no ano passado. São as maiores marcas desde o início da série histórica do Copernicus em 1940.

O C3S destaca a grande elevação da temperatura média global frente aos anos anteriores. O recorde anterior a julho foi de 16,8°C em 13 de agosto de 2016 e o salto foi substancial.

Gráfico destaca os últimos recordes de temperaturas médias diárias globais na série 1940-2024. Crédito: C3S/ECMWF
Gráfico destaca os últimos recordes de temperaturas médias diárias globais na série 1940-2024. Crédito: C3S/ECMWF


Juntamente aos recordes diários globais consecutivos vistos em 2023 e agora em 2024, outro sinal da tendência de aquecimento global é o fato dos dez anos com temperaturas médias diárias mais elevadas da série histórica, serem os últimos anos entre 2015 e 2024.

“Estamos agora em território verdadeiramente desconhecido e à medida que o clima continua a aquecer, veremos novos recordes a serem quebrados nos próximos meses e anos”, declarou Carlo Buontempo, diretor do C3S.

Gráfico mostra as dez temperaturas máximas médias diárias globais mais altas dos últimos 50 anos. Crédito:C3S/ECMWF
Gráfico mostra as dez temperaturas máximas médias diárias globais mais altas dos últimos 50 anos. Crédito:C3S/ECMWF

Entenda o que causou o novo recorde global
Especialistas do Observatório Copernicus explicam que normalmente a temperatura média global tende a atingir o pico anual entre o final de junho e o início de agosto, coincidindo com o verão do hemisfério norte.

É observado que as grandes massas de terra do hemisfério norte aquecem mais rapidamente do que os oceanos do hemisfério sul conseguem resfriar durante o verão.

Segundo a análise do Copernicus, as marcas podem estar acontecendo pois estamos vindo de treze meses consecutivos de recordes de calor no planeta e a temperatura média global este ano já se encontrava muito próxima ao recorde de 2023 durante a primeira quinzena de julho.

Somado a esse cenário, as temperaturas também estão muito acima da média em grandes partes da Antártica e as grandes anomalias durante os meses de inverno antártico contribuem para o aumento das temperaturas globais.

Além disso, a extensão do gelo marinho da Antártida está quase tão baixa como no passado, levando às temperaturas muito acima da média em partes do Oceano Antártico.

O Copernicus prevê ainda que essa tendência de aquecimento persista por mais alguns dias, com possíveis variações nas próximas semanas.

2024 será o ano mais quente?
Tudo caminha para que 2024 bata novos recordes e se torne o ano mais quente já registrado no Planeta, entretanto, o retorno do La Niña e sua intensidade poderá influenciar no resultado final.

Por isso, os especialistas do Copernicus têm cautela e afirmam que apesar do calor excepcional até agora, ainda é cedo para prever com confiança se 2024 vai bater o ano de 2023.

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