Segunda-feira, 24 jan 2022 - 10h42
Por Maria Clara Machado
O enxame sísmico em Divinópolis, região central do estado de Minas Gerais, parece ter cessado, sem nenhum registro a mais de sismos durante o fim de semana. Foram dez dias seguidos de atividade sísmica de baixa magnitude no município registrada por estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), além da Rede Sismográfica da VALE no Quadrilátero Ferrífero.
Foto ilustrativa de Divinópolis/Museu Histórico. Crédito: Prefeitura de Divinópolis. De acordo com o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), foram detectados 30 tremores de terra entre os dias 10 e 20 de janeiro em Divinópolis. Os sismos variaram entre 1.5 e 3.0 magnitude, sendo que o mais forte aconteceu inicialmente às 23:13UTC do dia 10 de janeiro. A maioria dos tremores foi localizada no noroeste da cidade, próximo ao bairro Candidés. Mesmo com enxame sísmico, a Prefeitura de Divinópolis não registrou qualquer ocorrência grave e durante todo o tempo esteve em contato com especialistas. O Centro de Sismologia da USP informou que recebeu mais de 500 relatos da população sobre os abalos, o que contribuiu para estimar com maior precisão a localização do epicentro.
Quantidade de sismos localizados em Divinópolis entre os dias 10 e 20 de janeiro de 2022. Crédito: Centro de Sismologia da USP/Google Maps. “Não há razão para acreditar que não se trate de atividade sísmica natural, sem relação com atividade exploratório de pedreiras, ou com enchimento rápido do reservatório de Gafanhoto. Possível relação com chuvas intensas no último mês é pouco provável e muito difícil de comprovar”, divulgou em nota o Centro de Sismologia da USP. Também foi ressaltado que Divinópolis faz parte de uma zona de sismo frequente de Minas Gerais e do Brasil, que inclui o Quadrilátero Ferrífero. Registros de sismogramas em Divinópolis em 13 de janeiro. Crédito: Divulgação Centro de Sismologia da USP Uma magnitude 3.0 é considerada pequena, mesmo em termos brasileiros. Pequenos tremores de terra podem ocorrer em qualquer lugar do Brasil, e se devem a movimentação em falhas ou fraturas geológicas na crosta terrestre. Os especialistas explicam que uma magnitude próxima a 3.0 corresponde a uma movimentação de poucos milímetros numa fratura de 300 m de comprimento, que pode estar a alguns quilômetros de profundidade. A movimentação nessas fraturas é causada por acúmulo de tensões geológicas, são como pressões internas que a crosta terrestre está submetida. Não é possível saber quando irá ocorrer um novo enxame sísmico na região, nem a magnitude. Os últimos tremores mais significativos que o estado registrou foram em Itacarambi com magnitude 4.9 em 2007 e em Montes Claros com magnitude 4.0 em 2012, ambas as cidades no extremo norte de Minas Gerais. |
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