Onda de calor marinha é uma das mais longas já registradas no noroeste europeu

O calor recorde nas águas do noroeste europeu chamou a atenção durante a primavera deste ano. A onda de calor marinha, que começou no início de março, teve temperaturas excepcionalmente altas e foi uma das mais longas já registradas em águas do Reino Unido e da Irlanda durante a estação.

Imagem ilustrativa. Dia ensolarado em Dunquin, na Irlanda, em 9 de abril de 2025. Crédito: divulgação via facebook Wild Atlantic Way/Linda Donnelly

Águas mais quentes em mais de 4 décadas
A temperatura da superfície da água do mar apresentou anomalias ao redor do Reino Unido e da Irlanda, englobando o oceano Atlântico e o Mar do Norte, entre os meses de março, abril e maio, coincidindo com a primavera de 2025, no Hemisfério Norte.

A onda de calor marinha de longa duração teve o pico em meados de maio, com temperaturas na superfície do mar (TSM) até 4°C acima do normal em algumas áreas, segundo dados do MET OFFICE do Reino Unido.

Os especialistas explicam que a persistência de sistemas de alta pressão atmosférica sobre a região durante a primavera resultou em períodos prolongados de dias ensolarados, calmos e secos, condições ideais para o aquecimento do mar.

O calor do sol tende a se acumular rapidamente nas camadas superiores do mar, quando os ventos estão fracos e as ondas calmas, sem o impulso para agitar as camadas mais frias abaixo da superfície.

A onda de calor marinha no Reino Unido e na Irlanda, chamou a atenção, pois as temperaturas da água durante abril e maio, atingiram os valores mais altos desde 1982, verificados por registros de satélites de monitoramento dos oceanos. Situação agravada, após um inverno em que as temperaturas da superfície do mar na região já estavam acima do normal.

Um mapa mostra as anomalias de temperatura da superfície do mar no Atlântico e no Mar do Norte em 22 de maio de 2025, comparada à média do período de 2003 a 2014.

Mapa mostra anomalias de temperatura da superfície do mar no Atlântico e no Mar do Norte em 22 de maio de 2025. Crédito: NASA/NOAA

As informações conseguiram ser geradas através de dados coletados por vários satélites internacionais, da NASA e da NOAA, além de observações locais feitas por boias e navios.

Impactos no ecossistema
As ondas de calor marinhas têm consequências diretas no ecossistema dos oceanos, atingindo diversas espécies, como as algas marinhas e prejudicando a pesca de subsistência e comercial. O calor fora de época pode alterar o ciclo de reprodução das espécies.

Pesquisadores também estudam o impacto que uma onda de calor marinha provoca na atmosfera. Durante outro episódio marinho no noroeste da Europa em junho de 2023, também foi observado uma temperatura do ar média mensal recorde no Reino Unido.

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