Terça-feira, 8 mar 2022 - 09h48
Por Maria Clara Machado
Poeira do Saara avança em direção ao céu da América do Sul e do Caribe
A poeira proveniente do Deserto do Deserto do Saara, na África, está novamente viajando pelo Atlântico norte, cruzando o oceano em direção à América do Sul e ilhas do Caribe. Modelos de previsão do programa europeu Copernicus indicam partículas próximas ao norte do Brasil.
![]() Imagem de satélite mostra uma grande nuvem de poeira avançando da parte continental da África para a região de Cabo Verde, no Atlântico Norte no dia 3 de março. Crédito: Sentinel3/ESA/Copernicus As previsões de modelos numéricos ligado ao programa europeu de observação da Terra, Copernicus, estão indicando a presença de aerossóis próximos à costa do Amapá, no Brasil e da Guiana Francesa, se dispersando posteriormente sobre outras partes da região amazônica, mais ao norte da América do Sul, e ilhas caribenhas. É possível observar a mancha amarela indicando as partículas de poeira sobre as regiões na projeção válida até a quarta-feira às 21UTC. Supercomputadores do ECMWF, Centro Europeu para Previsões Meteorológicas de Médio Prazo, realizam o monitoramento atmosférico global de diversas partículas como aerossóis, monóxido de carbono, metano, dióxido de enxofre, entre outras. ![]() Modelo de previsão indica o avanço das partículas de poeira vindas do Saara em direção ao norte da América do Sul e ilhas caribenhas. Crédito: Copernicus/ECMWF A imagem do satélite Sentinel3 do dia 3 de março já mostrava com definição a grande tempestade de poeira saindo da parte continetnal da África em direção ao céu de Cabo Verde. As previsões do final da semana passada também já demonstravam a poeira andando em direção ao norte do Brasil. A poeira do Saara pode percorrer este trajeto de mais de 3 mil quilômetros sobre o oceano Atlântico anualmente dependendo dos ventos alísios que sopram entre os trópicos na região da linha do Equador de leste para oeste e conseguem impulsionar as partículas. É uma massa empoeirada muito seca e por isso tem a capacidade de reduzir a formação de tempestades e furacões, por exemplo, sobre o Atlântico. Em níveis mais baixos da atmosfera pode prejudicar a qualidade do ar de uma determinada região e mudar a cor do céu. A poeira do Saara tem um papel importantíssimo na adubação e fertilização da Floresta Amazônica. As toneladas de partículas que chegam por aqui todos os anos trazem elementos enriquecedores para o solo como o fósforo e o cálcio. |
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