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Quinta-feira, 29 mai 2025 - 15h46
Por Maria Clara Machado

Próximos cinco anos serão de mais aquecimento no planeta, diz novo relatório da OMM

O novo relatório climático divulgado esta semana pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) aponta que ainda estamos distantes de um cenário reversível em relação ao aquecimento global, e que os próximos cinco anos deverão continuar sendo de temperaturas globais recordes ou perto disso.

Imagem ilustrativa. Região de Manaquiri, AM, com rio secando em setembro de 2024. Crédito: Ricardo Stuckert/PR/Fotos Públicas
Imagem ilustrativa. Região de Manaquiri, AM, com rio secando em setembro de 2024. Crédito: Ricardo Stuckert/PR/Fotos Públicas

Aquecimento sem freio
Segundo o novo relatório da OMM, a temperatura média do planeta anualmente para cada ano entre 2025 e 2029, deve ficar entre 1,2°C e 1,9°C, superior à média do período pré-industrial (1850-1900).

A chance é de 80% de que pelo menos um ano entre 2025 e 2029 ultrapasse o recorde atual de ano mais quente da história, registrado primeiro em 2023 e superado em 2024.

Além disso, há 86% de chance de que pelo menos um ano no período tenha temperatura média global de mais de 1,5°C acima do nível pré-industrial.

Em 2024, a temperatura média global próxima à superfície foi de 1,6°C acima do nível pré-industrial e superou o limite de 1,5°C, estabelecido como meta no Acordo de Paris, assinado em 2015.

O relatório, baseado em estudos e análises de modelos climáticos, também prevê que o aquecimento no Ártico vai continuar superando a média global.

O aquecimento poderá ser 3,5 vezes superior à média global durante os próximos cinco invernos, período de novembro a março, 2,4°C acima da temperatura média do período de 1991-2020.

Os padrões de precipitações também tendem a apresentar grandes variações regionais. Regiões como o Sahel na África, grande área semiárida do continente, o norte da Europa, o Alasca e o norte da Sibéria deverão ter padrões mais úmidos entre maio a setembro nos próximos cinco anos se comparado ao período de 1991-2020. Já para a Amazônia as projeções indicam condições mais secas do que a média para cada estação.

Em particular, o sul da Ásia, tem ficado mais úmido do que a média nos últimos anos, com exceção de 2023, e a previsão sugere que o cenário deva persistir no período de 2025-2029.

Imagem ilustrativa. Vista aérea de Manaquiri, AM, onde há muita fumaça e o rio secando em setembro de 2024. Crédito: Ricardo Stuckert/PR/Fotos Públicas
Imagem ilustrativa. Vista aérea de Manaquiri, AM, onde há muita fumaça e o rio secando em setembro de 2024. Crédito: Ricardo Stuckert/PR/Fotos Públicas

Os impactos climáticos afetam a sociedade como um todo, aumentando os riscos em diversos setores como economia e saúde. Cada décimo ou grau de aquecimento na Terra resulta em mais ondas de calor nocivo, chuvas extremas e secas intensas, o derretimento das camadas de gelo e diminuição do gelo marinho, o aquecimento dos oceanos e a elevação do nível do mar.

“Acabamos de vivenciar os dez anos mais quentes já registrados. Infelizmente, este relatório da OMM não dá sinais de trégua nos próximos anos, e isso significa que haverá um impacto negativo crescente em nossas economias, nossa vida cotidiana, nossos ecossistemas e nosso planeta”, disse a Secretária-Geral Adjunta da OMM, Ko Barrett.

“O monitoramento e a previsão climática contínua são essenciais para fornecer aos tomadores de decisão ferramentas e informações baseadas na ciência para nos ajudar a nos adaptar”, ressalta Ko Barrett.

Espera-se que a conferência da ONU sobre mudanças climáticas deste ano, a COP30, analise planos de ação climática atualizados que serão cruciais para se alcançar as metas do Acordo de Paris.

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