Relatório internacional alerta que recifes de corais chegaram ao ponto de não retorno

O novo relatório internacional Global Tipping Points, no qual avalia os pontos de inflexões catastróficos na Terra associados às emissões de gases de efeito estufa, aponta de forma alarmante, que os recifes de corais de águas quentes chegaram agora a um ponto quase irreversível.

Imagem ilustrativa. Grande Barreira de Corais da Austrália vista do espaço. Crédito: NASA, by MISR - probably/ http://photojournal.jpl.nasa.gov/catalog/pia03401, Domínio público, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=163272

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O Global Tipping Points 2025 vê com grande preocupação o chamado ponto de não retorno dos recifes de corais de todo o planeta, que coloca em risco a subsistência de centenas de milhões de pessoas.

O Global Tipping Points 2025 publicado neste mês de outubro, contou com a colaboração de 160 cientistas e 87 instituições de 23 países.

Há cientistas que possuem uma linha mais conservadora, mas há outros que discordam das previsões irreversíveis.

Segundo o relatório recente, “a menos que retornemos às temperaturas médias globais da superfície de 1,2°C o mais rápido possível, não manteremos os recifes de água quente em nosso planeta em nenhuma escala significativa”.

O limite do aumento médio das temperaturas globais de 1,5°C é catastrófico para os ecossistemas.

O ponto de não retorno
Um evento global de branqueamento dos corais está sendo observado desde janeiro de 2023, é o quarto pior já registrado, com mais de 80% dos recifes afetados por temperaturas elevadas da água do mar, num caminho quase sem volta.

O ponto de inflexão é o momento em que um grande ecossistema atinge o nível de degradação severa, sem chance de retorno.

O professor Tim Lenton, do Instituto de Sistemas Globais da Universidade de Exeter, afirma que “o primeiro sinal de declínio generalizado dos recifes de corais de águas quentes já está em andamento.” Um exemplo apontado no relatório, são os recifes do Caribe, onde ondas de calor marinhas estão levando ao colapso do ecossistema.

Já o professor Peter Mumby, da Universidade de Queensland, na Austrália, fala em evidências de que os corais poderão se adaptar com até 2°C de aquecimento no planeta e não acredita no colapso generalizado, embora sejam necessárias ações mais determinantes contra o aquecimento global e as mudanças climáticas.

Os recifes de corais do globo abrigam cerca de um quarto de todas as espécies marinhas, daí a importância da sua preservação. Eles são extremamente sensíveis ao aquecimento da água dos oceanos.

O Global Tipping Points foi lançado em 2023, durante a COP28 e conta constantemente com a colaboração de estudos de centenas de cientistas e instituições de diversos países.

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