Quinta-feira, 2 mai 2024 - 10h02
Por Maria Clara Machado
O governo do Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública em razão das chuvas intensas e cheias, que estão arrasando o estado desde a semana passada. A tragédia já é considerada o maior desastre climático já enfrentado pelo estado, tamanha a dimensão das enchentes, segundo as autoridades.
Defesa Civil realiza resgate de família ilhada em Estrela, no Vale do Taquari. Crédito: divulgação Defesa Civil O último balanço da Defesa Civil do Rio Grande do Sul confirmou 11 vítimas fatais e 20 desaparecidos desde o último sábado, a maioria em decorrência de enxurradas e deslizamentos de terra. O transbordamento de rios e arroios se multiplicou com o aumento das chuvas especialmente a partir do fim de semana. 114 municípios já foram afetados e pelo menos 19 mil pessoas foram impactadas pelas cheias. Até o momento, são cerca de 3400 desalojados e mais de 1000 desabrigados. Em todo o estado já foram realizados mais de 900 resgates em condições dramáticas. São mais de 60 pontos bloqueados por água ou queda de barreiras nas estradas, o que dificulta o acesso às cidades.
Nível do rio Taquari está sendo monitorado constantemente e já atinge novos recordes. Crédito: Sistema Geológico do Brasil (CPRM) O nível do rio Taquari ultrapassou os 32 metros no município de Estrela, marca recorde, na madrugada desta quinta-feira, dia 2 de maio. De acordo com a Defesa Civil, esta é a maior enchente do Vale desde 1941, quando o rio atingiu a marca dos 29,94 metros em Estrela. Em Lajeado, o nível do Taquari também está em quase 32 metros, sendo que o normal seria 13 metros. Em Muçum, a última medição indicou quase 27 metros, equivalente a mesma situação vivida pelo município na enchente de setembro do ano passado. Os municípios estão isolados e os resgates só conseguem ser feitos por helicópteros ou barcos. Também há dificuldades na comunicação e as cidades enfrentam ainda falta de energia elétrica e de abastecimento de água.
Segundo os especialistas em clima, as chuvas volumosas atuais estão mais diretamente relacionadas a um bloqueio atmosférico na parte central do Brasil. Uma massa quente e seca está predominando sobre grande área do Centro-Oeste e Sudeste do país, impedindo o avanço das frentes frias, e por sua vez provocando uma nova onda de calor. Assim, as frentes frias que chegam ao Rio Grande do Sul, despejam toda a chuva apenas sobre o estado gaúcho. Outros fatores do clima, como um oceano mais quente e o aquecimento global, também fazem parte do cenário de agravamento dos eventos extremos, afirmam os cientistas.
Há projeções entre 100 mm a 200 mm até o final desta quinta-feira, o que somando às precipitações intensas dos últimos dias, poderá resultar em volumes de até 800 mm no total até o final da semana. O governador do estado, Eduardo Leite, fez um apelo para que as famílias que estejam em região crítica, em especial do Vale do Taquari, saiam de suas casas e sigam as orientações da Defesa Civil. O governo admite que pode não dar conta de todas as áreas gaúchas, com a perspectiva de mais chuvas intensas. Aviso publicado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul. Crédito: Instagram/@governo_rs A ajuda do governo federal está chegando através de helicópteros e homens do exército. Hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve sobrevoar Santa Maria, uma das áreas mais atingidas pelas enchentes no estado. Aviso publicado pelo Defesa Civil do Rio Grande do Sul. Crédito: Instagram/@governo_rs |
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