Sexta-feira, 4 out 2024 - 13h34
Por Maria Clara Machado
Rio Negro enfrenta a pior seca da história em Manaus pelo segundo ano consecutivo
O Rio Negro caiu mais e atingiu o nível mínimo histórico de 12,66 m no Porto de Manaus, na medição da manhã desta sexta-feira, dia 4, pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). É o pior nível em 122 anos e reflete a seca extrema de alta gravidade que o Amazonas vem enfrentando pelo segundo ano consecutivo.
![]() Estiagem registrada na comunidade Nossa Senhora de Fátima, no Rio Tarumã Açu afluente do Rio Negro. Crédito: Clóvis Miranda/Fotos Públicas
![]() Gráfico mostra queda acentuada do nível do rio Negro nos últimos meses. Crédito: SGB A situação só piorou a partir de setembro, quando o nível do rio caiu para o limite de seca em 17 de setembro, depois para o limite de seca extrema em 25 de setembro e atingiu rapidamente o patamar de nível mínimo histórico em 4 de outubro. Diante da queda acelerada das águas, a capital Manaus vive a pior seca da história pelo segundo ano consecutivo. Além disso, o recorde de menor nível histórico foi atingido 22 dias antes do recorde anterior de 12,70 m registrado em 26 de outubro de 2023. No começo de outubro do ano passado, o nível do rio Negro estava em 15,14 metros no Porto de Manaus, quase dois metros e meio a mais, no que está neste começo de outubro de 2024. O rio Negro é um dos principais afluentes do Amazonas e banha as margens de Manaus, que está em situação de emergência por causa da seca. Além da capital, 61 municípios do estado seguem em situação de emergência devido à seca e todas as calhas de rios enfrentam níveis críticos. Mais de 560 mil pessoas estão sendo afetadas, segundo levantamento da Defesa Civil. O problema dos rios secos traz vários impactos, começando pelo isolamento de comunidades ribeirinhas, que dependem do transporte fluvial para se deslocar e para a chegada de mercadorias essenciais. A crise também se agrava ameaçando os peixes e os botos da Amazônia, além de diversas outras espécies da região. ![]() Comunidades ribeirinhas enfrentam muitas dificuldades com os rios secos. Região de Nossa Senhora de Fátima, afluente do Rio Negro, AM. Crédito: Clóvis Miranda/Fotos Públicas As projeções do SGB são que o Negro possa baixar mais e registrar novas mínimas, batendo mais recordes negativos nos próximos dias, isto porque, a estimativa de chuvas na região continua baixa. Outras estações monitoradas pelo SGB indicaram cotas negativas e baixas históricas preocupantes nos rios Solimões, Madeira, Purus e no Amazonas. ![]() Seca na comunidade Nossa Senhora de Fátima no Rio Tarumã Açu, afluente do Rio Negro, observada em setembro. Crédito: Clóvis Miranda/Fotos Públicas |
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