Quarta-feira, 17 jul 2024 - 11h45
Por Maria Clara Machado
Uma onda de calor já fez as temperaturas dispararem de ponta a ponta na Rússia, atingindo inclusive a Sibéria, uma das regiões mais frias do globo terrestre. Juntamente ao calor, que está batendo recordes em mais de cem anos, os incêndios florestais também se multiplicam e já deixam oito regiões em estado de emergência.
Julho já teve temperatura mais de 10 graus acima do normal em vários locais da Rússia. Crédito: Moscou, imagem ilustrativa/@arirangtvnews
O cenário é de fontes, praias e margens de rios lotados por quem busca um pouco de alívio do calor. Desde o começo da estação, o número de afogamentos aumentou significativamente. Na região de Krasnodar Krai, no sul da Rússia, além do calor, um grave incêndio florestal em um resort obrigou a evacuação de pelo menos 500 turistas, segundo informações da imprensa internacional. Já na primeira semana de julho, a capital Moscou teve a maior temperatura desde 1917, pelas medições do centro meteorológico FOBOS. A temperatura máxima oficial chegou a 32,7°C na cidade no dia 3 de julho, enquanto outras localidades chegaram a marcar mais de 35°C. Os recordes de calor foram quebrados da costa do Pacífico, na Sibéria até as áreas próximas à Europa, de acordo com o centro de meteorologia.
Satélites começaram a flagrar os incêndios florestais em maio e os focos se multiplicaram entre junho e julho no Oblast de Amur, na fronteira com a província chinesa de Heilongjiang, impulsionados pelas altas temperaturas e os ventos. A região integra as oito áreas do país, que declararam estado de emergência em razão do aumento dos incêndios florestais. O satélite Suomi NPP da NOAA-NASA capturou uma imagem em alta definição de vários rastros de fumaça, saindo de focos de incêndios nos arredores de Zeya, no dia 9 de julho. A Taiga, ou Floresta de Coníferas, é o bioma que domina a região e cerca várias cidades. Imagem de satélite mostra diversos focos de incêndios ativos na região do Oblast de Amur em 9 de julho. Crédito: NOAA/NASA Segundo a Agência Florestal Federal da Rússia pelo menos 44 incêndios estavam ativos até o fim de semana e 23 mil hectares já haviam sido queimados somente no Amur. Outras áreas de destaque que estão queimando com grande número de incêndios são Zabaikalsky Krai e a República de Sakha, no leste e norte da Rússia, respectivamente.
“A quantidade já está entre as mais elevadas este ano até agora, do que a maioria dos anos das últimas décadas”, afirma Mark Parrington, cientista atmosférico do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF). Parrington rastreia incêndios para o Serviço Copernicus, utilizando dados de satélites desde 2003. |
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