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Sexta-feira, 15 abr 2022 - 10h07
Por Maria Clara Machado

Saiba como funcionam estações que detectam tsunamis e ajudam os centros de alerta

Cada vez mais a humanidade está conectada aos fenômenos naturais que ocorrem ao redor do globo. Com o avanço das tecnologias e da comunicação, a informação chega mais rapidamente e com maior precisão. No caso de um tsunami, é exatamente isto que precisa acontecer para proteger uma região vulnerável ao fenômeno.

Estação de nível de água localizada em Kiptopeke, no estado da Virgínia, nos EUA. A rede de estações fornecem informações em tempo real aos centros de alerta de tsunami. Crédito: Divulgação NOAA
Estação de nível de água localizada em Kiptopeke, no estado da Virgínia, nos EUA. A rede de estações fornecem informações em tempo real aos centros de alerta de tsunami. Crédito: Divulgação NOAA

Tsunamis podem ter origem em eventos de intensos terremotos no fundo do oceano ou erupções vulcânicas, como aconteceu em janeiro deste ano em Tonga, na Oceania.

Não há previsão para terremotos, assim um tsunami pode ocorrer a qualquer momento, mas há como detectar e monitorar ondas resultantes de abalos sísmicos poderosos em alto mar em tempo real e relativamente suficiente para alertar a população do perigo.

Como funcionam as estações de nível de água
Em entrevista à NOAA, o oceanógrafo Paul Fanelli, Líder do Escritório de Marés e Correntes do Serviço Nacional do Oceano (CO-OPS), contou como as estações de nível de água colocadas nas áreas costeiras fornecem os dados para ajudar a emitir alertas de tsunami.

Existem mais de 300 estações de nível de água costeiras que coletam dados de correntes e meteorológicos em tempo real e que se estendem pelo Caribe ao Pacífico ocidental. Essas estações fazem um mapeamento da linha costeira e ajudam a entender melhor as marés no dia a dia, assim como as mudanças do nível do mar e identificam perigos costeiros, como uma onda de tsunami.

Paul Fanelli explica que a maioria das estações coleta e divulga as informações em tempo real a cada seis minutos. As marés para navegação são rastreadas e até as ondas provocadas por tempestades tropicais e furacões. Já quando ocorre um tsunami essas informações chegam num intervalo de apenas um minuto.

Corrida contra o tempo
Uma onda de tsunami em oceano aberto pode viajar a uma velocidade de um avião a jato atingindo 800 quilômetros por hora, mas quando chega à costa diminui a velocidade. Perto da costa, uma onda de tsunami ainda pode atingir entre 30 a quase 50 quilômetros por hora e tudo é muito rápido.

Bóias NOAA DART são colocadas estrategicamente por todo o oceano, muitas vezes em locais onde ocorrem terremotos que possam gerar tsunamis e coletam dados importantes sobre os níveis da superfície do mar à medida que um tsunami passa por eles. Uma vez que as ondas geradas pelo tsunami atingem a área costeira dos EUA, as estações de nível de água da NOAA entram em ação.

Bóias NOAA DART realizam medições da superfície do mar no oceano, muitas em locais onde terremotos podem ocorrer. Crédito: Divulgação NOAA <BR>
Bóias NOAA DART realizam medições da superfície do mar no oceano, muitas em locais onde terremotos podem ocorrer. Crédito: Divulgação NOAA

Para registrar a altura máxima da onda de tsunami com a maior precisão possível quando atinge à costa, as estações são configuradas para fazer medições a cada 15 segundos e transmitir as observações do nível da água a cada minuto obtendo respostas quase que imediatas do que está acontecendo.

Centros de Alerta de Tsunami
Dois centros de alerta de tsunami funcionam todo o tempo operados pela NOAA. O Centro Nacional de Alerta de Tsunami atende os Estados Unidos, Alasca e Canadá e o Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico responde diretamente às ilhas havaianas, os territórios do Pacífico e Caribe dos EUA e as Ilhas Virgens Britânicas.

A primeira etapa é o monitoramento de tsunamis e dos terremotos que causaram os eventos e a segunda parte é fornecer os alertas ao público do perigo potencial quando existir.

Os centros de alerta utilizam os dados das bóias e das estações que checam o nível do mar e verificam a existência e a altura de um tsunami logo após um forte evento sísmico. São dados precisos que confirmam a hora e altura da chegada da onda em uma determinada área costeira, além de prever a altura potencial das ondas para locais mais distantes.

Evento em Tonga
O oceanógrafo Paul Fanelli e especialistas afirmam que evento de Tonga foi único. A rede de sensores das estações da NOAA recebeu uma riqueza de informações.

Um destaque foi a altura de ondas recorde ou quase recorde em alguns locais, como por exemplo, no Havaí.

Os níveis de água observados em Nawiliwili, no Havaí, foram os mais altos desde o furacão Iniki em 1992. Os níveis de água em Port San Luis, na Califórnia, atingiram cerca de um metro e meio acima da maré alta normal, estabelecendo novo recorde para este local que tem medições desde 1940.

Essas informações sobre a onda poderosa que ocorreu durante a erupção submarina do vulcão em Tonga poderão ajudar a responder perguntas no preparo de ameaças futuras.

Relembre:

Ondas de tsunami são observadas em 117 praias do Pacífico após erupção de vulcão submarino

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