Segunda-feira, 15 jul 2024 - 11h03
Por Maria Clara Machado
Após um início de junho ainda marcado por calor acima do normal sobre grande parte do Centro-Sul do Brasil, a entrada de fortes massas polares sequenciais conseguiu quebrar este padrão. O frio das duas últimas semanas é o maior de 2024 até agora e histórico para partes do Cone Sul, com situações inusitadas em especial na Argentina.
Fonte congelada no Parque General San Martín, em Mendoza, onde a temperatura chegou a -3°C em 8 de julho. Crédito: reprodução via X @MATIPASCUALETTI O Sul do Brasil voltou a ter frio rigoroso, abaixo de zero e muita geada, principalmente no estado gaúcho. A paisagem gelou no alto da Serra de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, com evento de chuva congelada, mas não nevou. Entretanto, alguns municípios como Urupema, Bom Jardim da Serra, Urubici e São Joaquim já registraram este ano, neve úmida de fraca intensidade na madrugada de 28 de maio, confirmada pela Defesa Civil. De acordo com a METSUL, foram observadas temperaturas mínimas de até -9,1°C em Pinheiro Machado, no sul gaúcho, no dia 9 de julho. Dez dias antes, os termômetros já haviam caído próximos a -7°C na Campanha e -8°C no Planalto Sul catarinense. Foram as menores temperaturas do ano no Sul do Brasil até agora pelos Institutos EPAGRI/CIRAM e INMET. Chuva congelada registrada em Soledade, no Rio Grande do Sul, em 11 de julho. Crédito: divulgação via X @metsul
Segundo a meteorologia, as temperaturas caíram muito abaixo do normal até para um mês de julho, a época mais fria do ano na região. A vila de Uspallata, na Província de Mendoza, registrou temperatura de -10,2°C, o local mais frio da Argentina, no último dia 10 de julho. A mínima caiu para -12,3°C em La Quiaca, na Província Jujuy, extremo norte, já perto da fronteira com a Bolívia, no dia 12 de julho. Em Buenos Aires, foram três dias seguidos (9,10 e 11) com temperaturas abaixo de zero, algo que não ocorria desde 1967. O frio chegou a -1,5°C e cinco pessoas em situação de rua morreram vítimas de hipotermia. Além do recorde de duração do frio intenso, a capital argentina também não vivenciava um dia de temperatura negativa desde 2011. Em Rio Grande, na Terra do Fogo, pinguins foram flagrados andando no meio da rua. Crédito: @themis.fernadez/divulgação via X @SMN_Argentina Onda de frio é considerada uma das mais intensas a atingir a Argentina em mais de cinco décadas. Crédito: @themis.fernadez/divulgação via X @SMN_Argentina
O pior frio em 60 anos com temperaturas 20 graus abaixo de zero e muita nevasca, já soterrou inúmeros animais na Província de Santa Cruz, relataram os produtores rurais. O Exército está numa força tarefa para resgatar e fornecer alimentos a centenas de milhares de ovelhas e vacas. Ovelhas atoladas na neve na Patagônia argentina, que vem enfrentando o pior frio em 60 anos. Crédito: Exército da Argentina Exército da Argentina em trabalho para resgatar moradores e animais em comunidades afetadas duramente pelas nevascas na Patagônia. Crédito: divulgação via X @Ejercito_Arg
No aeroporto internacional de Carrasco, na região urbana de Montevidéu, a marca foi de -3,2°C. Segundo levantamento da METSUL, o valor é raro e foi uma das menores temperaturas na região dos últimos 60 anos. A mínima foi de -3,9°C em Florida, no departamento de Florida, pelo Instituto Uruguaio de Meteorologia (INUMET). Em várias localidades, as mínimas variaram entre -1,2°C e -2,3°C. |
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