Quarta-feira, 21 mai 2025 - 09h51
Por Maria Clara Machado
São Paulo é destaque em estudo sobre ondas de calor mais intensas no Brasil
Um estudo liderado por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) traz resultados alarmantes quanto à intensidade e a frequência das ondas de calor no Brasil. A cidade de São Paulo é destaque na pesquisa com grande aumento nas temperaturas nos últimos verões.
![]() Imagem ilustrativa. Termômetro mostra 41 graus às 13h, na Av. Consolação, no centro de São Paulo, no dia 2 de outubro de 2024. Crédito: Jorge Araujo/Fotos Públicas Segundo o novo estudo do departamento de oceanografia da UFSC, as ondas de calor poderão ficar até dez vezes mais intensas a partir de 2071, em consequência da maior formação de bloqueios atmosféricos. O fenômeno meteorológico é conhecido como uma massa seca e quente, que por diversas vezes se estabelece sobre o Brasil, impedindo a entrada de frentes frias e maior umidade, o que resulta em longos dias de altas temperaturas e secos. O estudo analisou modelos climáticos do oceano Atlântico, na costa do Brasil, e descobriu que os bloqueios atmosféricos poderão ficar dez vezes mais potentes nas próximas décadas. Sem as nuvens no céu e com mais horas de insolação, as temperaturas tendem a subir na parte continental e nos oceanos, como explica a professora e pesquisadora Regina Rodrigues, uma das autoras do estudo.
![]() Temperaturas acima dos 35 graus foram registradas nos termômetros no centro da cidade em 25 de setembro de 2024. Crédito: Paulo Pinto/Agência Brasil/Fotos Públicas A capital paulista enfrentou nove ondas de calor durante o ano de 2024 pelo Instituto Nacional de Meteorologia. O Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (LAPIS) destacou que as altas temperaturas acima da média foram observadas em todos os meses do ano passado, impulsionadas por forte atuação do El Niño aliada a outros fatores. Já este ano, mesmo sem o El Niño, o calor acima da média continua marcando presença. Foram três episódios de ondas de calor em dois meses no verão de 2025, entre janeiro e fevereiro, pelo INMET. Os chamados veranicos, período de dias mais quentes que podem ocorrer no outono e no inverno, principalmente nas Regiões Sul e Sudeste, também estão frequentes. ![]() Imagem ilustrativa. Dia de temperaturas elevadas no centro de São Paulo em setembro de 2024. Crédito: Paulo Pinto/Agência Brasil/Fotos Públicas Os recordes consecutivos e a frequência de ondas de calor são agravadas pelas mudanças climáticas em várias partes do mundo, como foram observadas durante todo o ano de 2024, confirmado como o mais quente da história, superando o recorde de 2023. Os especialistas reafirmam que os cuidados com a saúde, os alertas a população e as adaptações das cidades ao novo clima são cada vez mais necessários e urgentes. |
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