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Sexta-feira, 25 jun 2021 - 16h26
Por Maria Clara Machado

Satélite da NASA vai rastrear a concentração de microplásticos nos oceanos

Quase invisíveis, os microplásticos, estão espalhados na imensidão dos oceanos, sendo um dos principais poluentes altamente prejudiciais à vida marinha e ao ecossistema. Agora, cientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, conseguiram desenvolver uma maneira inovadora de utilizar dados de satélite para rastrear o movimento destes infinitos micro pedaços de plásticos nos oceanos.

Imagem ilustrativa de lixo plástico encontrado no oceano. Crédito: Divulgação NASA.
Imagem ilustrativa de lixo plástico encontrado no oceano. Crédito: Divulgação NASA.

O lixo de plástico que vai parar no mar direta ou indiretamente sofre uma decomposição pela própria ação das ondas do mar e dos raios solares. O plástico se transforma em partículas minúsculas de até 1 a 5 milímetros que e são capazes de serem levadas por centenas ou milhares de quilômetros de distância pelas correntes oceânicas, sendo um desafio rastreá-las e removê-las do mar.

Essas minúsculas partículas são ingeridas pelos animais marinhos e vão parar no intestino. Além do risco à vida aos animais, os plásticos em geral podem liberar produtos químicos na água afetando todo o ecossistema. Sabe-se que análises detectam facilmente a presença de microplásticos em peixes e outros organismos, que inclusive, são consumidos pelo ser humano.

Embarcações de pesca que utilizam redes para realizar arrastões de plâncton involuntariamente descobrem concentrações de microplásticos nos oceanos, mas em geral, rastrear as partículas de microplásticos é algo muito difícil.

Agora será possível rastrear
O novo rastreamento de fontes de microplásticos oceânicos vai se basear em dados dos oito pequenos satélites do CYGNSS (Sistema Global de Navegação por Satélite Cyclone), da NASA, que mede o campo de vento acima da superfície da água do mar e fornece informações, por exemplo, relacionadas à força dos furacões desde 2016.

Os satélites CYGNSS lançado em 15 de dezembro de 2016 medem a velocidade do vento e a agitação da água na superfície do oceano. Os dados poderão ser usados como ferramenta para rastrear as concentrações de microplásticos nos oceanos. Crédito: NASA
Os satélites CYGNSS lançado em 15 de dezembro de 2016 medem a velocidade do vento e a agitação da água na superfície do oceano. Os dados poderão ser usados como ferramenta para rastrear as concentrações de microplásticos nos oceanos. Crédito: NASA

O CYGNSS mede também a rugosidade do oceano afetada por diversos fatores como a velocidade dos ventos e justamente detritos flutuando na água.

Primeiramente, pesquisadores da Universidade de Michigan e do CYGNSS mapearam locais onde o oceano estava mais uniforme do que o esperado devido à velocidade do vento.

Comparando essas áreas com observações e previsões de modelos onde os microplásticos se congregam no oceano, os cientistas descobriram que as partículas tendem a estar presentes em águas mais suaves, demonstrando que os dados gerados pelo CYGNSS poderão ser usados como ferramenta para rastrear os microplásticos oceânicos.

A inovação vai fornecer uma visão global de onde estão as concentrações de microplásticos, como se movem e onde tendem a se acumular.

Veja a animação produzida pela Universidade de Michigan:



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