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Terça-feira, 25 jun 2024 - 10h50
Por Maria Clara Machado

Subida do Guaíba continua preocupante e impacta moradores das ilhas de Porto Alegre

O retorno da chuva forte sobre a Metade Norte do Rio Grande do Sul na última semana e que gerou novas cheias em vários afluentes do Guaíba, ainda faz com que o nível do rio siga muito instável. O rio Jacuí, o maior afluente do Guaíba, transbordou e voltou a alagar áreas de Eldorado do Sul neste começo de semana. Já o Guaíba teve nova elevação preocupante na região de Porto Alegre entre o final do domingo e a segunda-feira.

Prefeitura fechou três comportas do sistema de proteção de cheias do Guaíba, em Porto Alegre, neste começo de semana. Crédito: divulgação PMPA
Prefeitura fechou três comportas do sistema de proteção de cheias do Guaíba, em Porto Alegre, neste começo de semana. Crédito: divulgação PMPA

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Ilhas de Porto Alegre são as mais afetadas
A notícia parece repetida, mas é o que os moradores ribeirinhos na região das Ilhas, em Porto Alegre, estão enfrentando. Toda vez que o alerta de inundação é acionado pela Prefeitura, as famílias saem de casa e ficam acampadas na beira da estrada, aguardando o rio baixar novamente.

O nível do Guaíba atingiu o pico de 3,42 metros, em Porto Alegre, na madrugada de segunda-feira, dia 24, de acordo com a Agência Nacional das Águas e Saneamento Básico (ANA). A cota de inundação é de 3,60 metros.

A marca é muito mais baixa do que os mais de 5 metros registrados em maio, mas continua elevada, estando a poucos centímetros de um novo transbordamento. Hoje cedo, o nível do Guaíba estava em 3,35 metros e segue na cota de alerta.

Meteorologistas explicam que a vazão do Jacuí na direção do Guaíba, em Porto Alegre, ainda é alta, aumentando o risco de inundação e novos alagamentos na região das ilhas. Nesse nível do Guaíba, é possível que ocorra de novo o refluxo das águas pela rede de esgoto.

A mudança da direção dos ventos, que passou a soprar do quadrante Sul em razão da entrada de uma massa de ar frio e a passagem de uma frente fria no domingo, foi a principal causa pela recente subida do Guaíba, associado ao nível dos afluentes que influenciam a região.

Moradores em frente a casa alagada pela enchente do Jacuí em Eldorado do Sul dia 20. Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil/Fotos Públicas
Moradores em frente a casa alagada pela enchente do Jacuí em Eldorado do Sul dia 20. Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil/Fotos Públicas

Situação segue problemática na Zona Norte
Centenas de casas ainda são avaliadas semanalmente em bairros da zona norte da capital, como Humaitá e Sarandi, onde as águas diminuíram por último, após as enchentes históricas de maio.

Técnicos voluntários verificam a necessidade de reformas ou quais casas vão precisar de reconstrução total. Ontem, máquinas continuavam retirando muito lixo e entulho das ruas.

Uma solução mais imediata virá da construção dos Centros Humanitários de acolhimento, enviados pela ONU, que estão sendo levantados numa força tarefa em Porto Alegre e Canoas.
Eles vão servir de moradias temporárias inicialmente para 800 pessoas, que perderam totalmente as casas nas enchentes. As primeiras moradias devem ficar prontas até dez de julho.

Construção de Centros Humanitários que vão acomodar até mil pessoas na capital. Crédito: divulgação Defesa Civil RS/Joel Vargas/Ascom GVG
Construção de Centros Humanitários que vão acomodar até mil pessoas na capital. Crédito: divulgação Defesa Civil RS/Joel Vargas/Ascom GVG

Balanço das Enchentes
O balanço atualizado da Defesa Civil do Rio Grande do Sul é de 177 vítimas fatais nas enchentes históricas do final de abril e começo de maio de 2024.

Ainda há 34 pessoas desaparecidas, mais de 388 mil desabrigados e cerca de 10 mil pessoas em abrigos. No total, 478 municípios foram afetados pelo evento extremo.

Massa de ar polar vai se espalhar
Está em vigor um aviso da Defesa Civil para o aumento do frio em todo o estado esta semana. Desde o final da segunda-feira, as temperaturas já começaram a entrar em declínio nas regiões próximas ao Uruguai.

A persistência de uma massa de ar polar sobre o estado vai favorecer o frio mais rigoroso e as condições para geada até dia 30 de junho.

Os termômetros cairão à zero ou até abaixo de zero em áreas do Oeste, na Campanha Gaúcha, nos Vales e Serras, especialmente no final da semana, avisa a Defesa Civil.

Crédito: Defesa Civil do RS
Crédito: Defesa Civil do RS

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