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Terça-feira, 28 mai 2024 - 10h07
Por Maria Clara Machado

Veja novas imagens da grande mancha que segue da Lagoa dos Patos para o Atlântico

Uma sequência de imagens divulgadas pelo Laboratório de Oceanografia Dinâmica e por Satélites (LODS), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, revela a grande mancha de sedimentos, que continua descendo do Guaíba em direção à Lagoa dos Patos, desde o início das enchentes históricas de maio no estado gaúcho.

Imagem capturada pelo Sentinel-3A em 14 de maio revela grande mancha de sedimentos em suspensão no Guaíba. Crédito: divulgação LODS/FURG
Imagem capturada pelo Sentinel-3A em 14 de maio revela grande mancha de sedimentos em suspensão no Guaíba. Crédito: divulgação LODS/FURG

“Neste tipo de imagem de satélite, uma região de alta concentração de sedimentos em suspensão num grande corpo d’água visto de cima é identificada por uma coloração marrom e avermelhada”, explica o Professor Fabrício Sanguinetti, coordenador do LODS.

A imagem capturada pelo Sentinel-3A no dia 14 de maio de 2024 revela a grande pluma de sedimentos do Guaíba, na região de Porto Alegre, que já começava a descer em direção à Lagoa dos Patos, no sul gaúcho, resultado das fortes chuvas que atingiram as bacias hidrográficas no interior do Rio Grande do Sul.

Dias depois, a grande mancha avermelhada, seguindo o fluxo das águas, foi sendo transferida para a Lagoa dos Patos, alcançando cidades como São Lourenço do Sul e Pelotas.

Parte do sedimento naturalmente foi sendo depositado no fundo da Lagoa e outra parte segue em suspensão à medida que vai se deslocando.

É possível observar essa transformação, muito associada ao padrão dos ventos, na sequência de imagens dos dias 14 a 17 de maio.

Sequência mostra o avanço dos sedimentos em suspensão do Guaíba para a Lagoa dos Patos entre 14 e 17 de maio. Crédito: LODS/FURG
Sequência mostra o avanço dos sedimentos em suspensão do Guaíba para a Lagoa dos Patos entre 14 e 17 de maio. Crédito: LODS/FURG

“É perceptível um maior espalhamento dos sedimentos em suspensão em direção às margens e ao mesmo tempo, ocupando uma maior área da superfície central da Lagoa dos Patos”, segundo explicação dos técnicos do LODS.

Finalmente, em 23 de maio, três semanas após o início do episódio das enchentes do Guaíba, a mancha de sedimentos alcançou o sul da Lagoa dos Patos, no município de Rio Grande, chegando ao Atlântico Sul.

O satélite Sentinel-3A conseguiu uma imagem mais nítida no dia 26 de maio, último domingo, quando a nebulosidade diminuiu sobre a região.

Imagens comparativas revelam o impacto da tragédia climática no RS. Crédito: LODS/FURG
Imagens comparativas revelam o impacto da tragédia climática no RS. Crédito: LODS/FURG


Na comparação das imagens de satélite do dia 25 de abril e do dia 26 de maio, o impacto dos acontecimentos na região fica nítido. Na primeira imagem, o tom marrom é suave, indicando a presença de sedimentos nas Lagoas, já a segunda imagem está tomada pela grande mancha de sedimentos, que ainda precisa escoar praticamente toda para o oceano.

É possível, ver no detalhe, os sedimentos saindo para o Atlântico Sul através dos Molhes da Barra, em Rio Grande.

Tendência de subida da Lagoa dos Patos
A Lagoa dos Patos continua acima da cota de inundação nas cidades de Pelotas e de São Lourenço do Sul. O Canal São Gonçalo, está também um metro acima do normal em Pelotas nas atualizações desta terça-feira, dia 28.

Na Praia do Laranjal, há alagamentos e as casas de bomba ainda não estão funcionando.

A tendência para os próximos dias é de subida do nível da Lagoa dos Patos, por influência dos ventos, que passam a soprar com maior intensidade na região, em razão da formação de um novo ciclone extratropical sobre o mar na altura do Rio Grande do Sul, segundo as previsões meteorológicas.

Aviso de Ressaca
Por causa da presença do ciclone e do aumento dos ventos, a previsão também indica ressaca no mar.

A Marinha do Brasil está com avisos em vigor de ressaca do Chuí (RS) à Florianópolis (SC) com ondas entre 2,5 a 3,5 metros na costa e até 7 metros em mar aberto e na costa de Bertioga (SP) à Arraial do Cabo (RJ) com ondas de até 3 metros e 5 metros no oceano.

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