"AS PERIGOSA LINHAS DE INSTABILIDADES!!!
No dia 25 do corrente (terça-feira), à frente de um sistema frontal (composição de frente fria, fria quente e um ciclone extratropical ), uma linha de instabilidade passou pelo interior do São Paulo, causando vários transtornos às populações. Temporais acompanhados de descargas elétricas, aguaceiros que causaram pontos de alagamentos, como por exemplo em Ourinhos, ventanias com rajadas que atingiram a velocidade de 88 Km/h na cidade de Cândido Mota e de 90 Km/h em Pradópolis no norte do estado paulista, foram o "ponto alto" do dia nestas localidades paulistas. Nem a capital paulista ficou fora do alcance da Linha de Instabilidade, embora com menor intensidade. A estação meteorológica de Congonhas acusou rajadas de 65 Km/h.
Mas, nem todo o estado foi atingido. O litoral e o Vale do Paraíba, no máximo o que houve foram alguns ventos ocasionais e chuvas leles e esparsas, embora nuvens escuras e densas tenham até se formado...
A primeira região (litoral) foi poupada, principalmente pela ação quase neutralizante do oceano, pois é sabido que não raramente, tempestades que assolam regiões interioranas (afastadas do oceano), por vezes com granizos, acabam não ocorrendo no litoral. O oceano é um tipo de "repelente natural" de tempestades. Inclusive, tornados são mais comuns em regiões de planalto com pouca variação de relevo (topografia suave) do que em regiões cercadas por morros e serras, como nas regiões litorâneas.
Quanto ao Vale do Paraíba, a linha de instabilidade perdeu força ao avançar para a região mais a leste e a nordeste, rumo ao estado do Rio de Janeiro, situado numa região onde o clima é mais influenciado pelo oceano do que pelo continente.
Dessa vez, a Baixada Santista e o Vale do Paraíba não sofreram a ação destruidora da perigosa Linha de Instabilidade, até normal, climatologicamente falando para esta época do ano, pois conforme reportei anteriormente, nem tudo "são flores na estação das flores". Para este final de semana, ´prognósticos apontam para a chegada de mais um sistema frontal e na vanguarda deste sistema, possivelmente mais uma linha de instabilidade. Fica agora, uma questão: a Baixada e o Vale estarão fora da rota, caso aconteça de novo? Ressalto, que mesmo com o poder de resolução dos radares meteorológicos na detecção de chuvas pesadas, no caso das linhas de instabilidades, trata-se de um evento fugaz de baixa previsibilidade. Por fim, as linhas de instabilidades são constituidas por um tipo de paredão de nuvens escuras e carregadas, as temíveis nuvens de tempestades (cúmulos-nimbos).