O nevoeiro conhecido como de "radiação", fruto do resfriamento da noite e madrugada, típico do inverno (embora ainda oficial e convencionalmente estejamos no outono), foi este que ocorreu na cidade de São Paulo... Com mais precisão, este tipo de nevoeiro forma-se à noite quando o ar úmido próximo ao solo, tem sua temperatura abaixo do ponto de condensação ( ou de orvalho), devido à perda de calor pela radiação solar diurna, estando por isso dependente de noites limpas, as quais permitem perdas de calor mais rápidas e brusca e algum movimento de ar que espalhe o nevoeiro numa massa alta sem o elevar para nuvens baixas do tipo estratos.... A definição de nevoeiro é algo distinta da de neblina e névoa, pois o nevoeiro não permite visibilidade acima dos mil metros (a neblina e a névoa são muito mais ralas) sendo que o episódio de São Paulo, foi classificado como denso, pois na maior parte do tempo, a visibilidade ficou reduzida aos 200 metros e mais dramaticamente a praticamente a zero! Isso prejudicou as atividades dos aeroportos de Congonhas na zona sul da cidade (Bairro Planalto Paulista) e de Cumbica na cidade de Guarulhos!!
Mas, efeitos do clima em meso e macroescala (pois esse tipo de nevoeiro está de certa forma se formando desde o sul do Brasil, nessa época), não foram exatamente as causas do nevoeiro paulistano, pois além das razões tradicionais que mencionei acima para a formação do nevoeiro de radiação, a excessiva umidade trazida pelo temporal da segunda-feira (11/06), causada por linhas de instabilidade oriundas do deslocamento de um brusca e intensa área de baixa pressão em altitude média da troposfera (mas que influenciou sobremaneira o tempo em superfície e isso atesto pela baixíssima queda na pressão barométrica de 1020 milibares para apenas 1017 milibares em Santos, pois se esse distúrbio tivesse se formado em baixa altitude ou em superfície, como numa área ou superfície frontal, a queda na pressão tipicamente seria bem maior), deu importante contribuição para não somente a formação do nevoeiro, mas também e principalmente a sua intensidade. No litoral (Baixada Santista), o fenômeno não ocorreu como na capital, somente uma névoa, pois o céu ficou praticamente encoberto a noite e madrugada inteira. Porém, enquanto na capital, o Sol apareceu depois na maior parte do dia (apesar da transparência do céu ter sido baixa, apresentando resquícios de névoa úmida), em Santos e região, o Sol até que apareceu por volta do meio-dia porém muito timidamente, permanecendo o céu encoberto no restante do dia, inclusive com ocorrência de garoa esparsa no início da noite. Destaque-se o fato de que as temperaturas máximas foram amenas (entre os 21ºC e os 26ºC) na capital e arredores, Vale do Paraíba e região de Campinas, enquanto que nas regiões do estado mais ao centro, norte, noroeste e oeste, onde se situam as cidade de Bauru, Pirassununga, Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Presidente Prudente, as máximas foram relativamente elevadas, o que seria de se esperar.... Para amanhã (13/06), pode o nevoeiro voltar, porém de modo menos intenso, pois não haverá mais o aporte de umidade que foi deixado na forma resquicial pelo temporal... De certo modo, por simples raciocínio climatológico, já se esperava o fenômeno do nevoeiro (devido à perda de radiação desta época) e devido, reitero, por "força do temporal", denso como foi, um simples efeito de sinergia!!!!