Salve, salve,A capital e interior do Amazônas sentem os reflexos de terremoto de magnitude 7,6 no Peru.Na capital, mais de 30 chamadas foram registradas pelo Corpo de Bombeiros, geologia e altura dos prédios influênciam na percepção do fenômeno.Manaus sentiu os efeitos do terremoto de magnitude 7,6 e com profundidade de 602 quilômetros que atingiu o leste do Peru na noite desta terça-feira (24), perto da fronteira com o Brasil, numa região de floresta amazônica. Na capital amazonense, distante 1.473,30 quilômetros do abalo sísmico, vários moradores relataram que sentiram o tremor, por volta das 18h45, principalmente nos andares mais altos de prédios das zonas Sul, Centro-Sul e Oeste. O susto gerou mais de 30 chamadas ao Corpo de Bombeiros.
“Há casos de supostos vazamentos de gás, como na Ponta Negra, e de possíveis rachaduras em prédios do Vieiralves, mas ainda nada foi informado. Já vistoriamos alguns prédios e, por enquanto, tudo está tido como normal”, disse o tenente Janderson Lopes do Corpo de Bombeiros.O reflexo do terremoto também foi sentido em municípios do interior. Há relatos de moradores de Tapauá e Eirunepé dando conta de pequeno tremor nas cidades.Especialistas explicam reflexo.
De acordo com informações do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UNB), como o abalo foi profundo, provavelmente não ocorrerá nenhum tipo de desastre no Brasil.
“Quando ocorre um terremoto, são geradas vibrações sísmicas. Tais vibrações, conhecidas como ondas sísmicas, propagam-se pelo interior da Terra e são registradas em sismógrafos do mundo inteiro. A velocidade e a amplitude dessas ondas dependem do meio que atravessam. Como as cidades de São Paulo, Curitiba e Manaus estão sobre uma bacia sedimentar, ou seja, uma região menos consolidada, as ondas são amplificadas ao entrar na bacia. Brasília é um caso particular, pois se situa sobre metassedimentos, ou seja, rochas sedimentares que já começaram a se transformar em outro tipo”, cita trecho da publicação 'Reflexos no Brasil de terremotos distantes', produzida pelo observatório.
Segundo os especialistas da UNB, três os aspectos reforçam a ocorrência de reflexos distantes, principalmente de terremotos andinos, nas cidades brasileiras: prédios altos, geologia da área e orientação preferencial dos prédios.
Segundo o observatório, desde 1906, 51 terremotos na costa Oeste Sul-Americana, com magnitude maior que 5, foram sentidos no Brasil. Dos abalos distantes sentidos no Brasil, 80% aconteceram em profundidade superior a 100 km.