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Terça-feira, 4 jul 2023 - 09h24
Por Maria Clara Machado

China enfrenta ondas de calor seguidas e as maiores temperaturas em 62 anos

A China está enfrentando novos recordes de temperaturas jamais registrados em mais de 60 anos pela meteorologia do país. É o maior número de dias quentes em quatro ondas de calor desde maio, que afetaram principalmente o norte da China. Já no sudoeste chinês, as chuvas torrenciais estão causando grandes inundações há um mês.

Vista em Hebei, que vem registrando calor escaldante desde maio. Crédito: Divulgação via twitter @HebeiDaily, 10 junho.
Vista em Hebei, que vem registrando calor escaldante desde maio. Crédito: Divulgação via twitter @HebeiDaily, 10 junho.

Quatro ondas de calor em poucas semanas
Tudo está mais cedo do que o normal este ano e a China já teve quatro ondas de calor, onde a temperatura máxima diária ultrapassou os 35°C, a mais alta desde 1961.

O calor extremo vem castigando especialmente o norte da China, densamente povoado, ocorrendo picos em meados de junho com máximas diárias próximas a 40°C.

Shijiazhuang, capital da província de Hebei, registrou pontualmente 17 dias de temperaturas altas, seguidos por 14 dias de Pequim. No último evento, os dias extremamente quentes persistiram entre 21 a 30 de junho em Pequim, com registro de temperatura de 41°C, estabelecendo o recorde de dia mais quente na capital para um mês de junho.

Pelo menos 110 estações meteorológicas da China já registraram recordes de calor este ano. Os números já superaram, inclusive, verões de anos anteriores.

Outras ondas de calor devem ocorrer nas próximas semanas, segundo o Centro Nacional do Clima. Os especialistas ressaltam que a última onda de calor extrema enfrentada pela China no mês de junho aconteceu na última década e que situações repetidas como estão ocorrendo este ano são extremamente raras.

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Eventos Climáticos
A crise climática global é apontada como um agravante e a volta do fenômeno El Niño este ano também está contribuindo para a elevação das temperaturas, avalia o Centro.

“O desenvolvimento do El Niño levará a um aumento das chuvas no sul da China no verão e a uma diminuição das chuvas no norte, com inundações no sul e seca no norte do país”, analisa Zhou Bing, chefe do serviço climático da Administração Meteorológica da China.

Sichuan, no sudoeste da China, vem enfrentando chuvas torrenciais e inundações há cerca de um mês. Crédito: Divulgação via twitter @kaiyan 1<BR>
Sichuan, no sudoeste da China, vem enfrentando chuvas torrenciais e inundações há cerca de um mês. Crédito: Divulgação via twitter @kaiyan_1

O sudoeste da China está sendo impactado por chuvas torrenciais há um mês. Quatro pessoas morreram e três desapareceram em deslizamentos provocados por inundações na província de Sichuan na semana passada, segundo informações da imprensa local.

A China já tinha enfrentado sua pior onda de calor e seca em décadas no verão de 2022, o que levou a uma escassez generalizada de energia e impactou as cadeias de suprimentos industriais e de alimentos.

Este ano, além da frequência de eventos extremos até agora, o calor chegou mais cedo, e afeta novamente diversos setores.

Porcos e peixes, por exemplo, não estão resistindo às altas temperaturas, enquanto o clima extremo atinge também parte das produções de milho e trigo.

As autoridades têm a grande preocupação que a seca possa atingir a bacia do rio Yangtze, a principal região de cultivo de arroz, alimento básico no país e no exterior, demonstrando claramente uma incerteza climática na região nos próximos meses.

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