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Segunda-feira, 30 jan 2023 - 10h47
Por Maria Clara Machado

Cientistas descobrem nova comunidade microbiana em ilha vulcânica de Tonga

Pesquisadores conseguiram uma rara oportunidade de estudar o ecossistema da ilha vulcânica Hunga Tonga, que surgiu a partir da erupção do vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Haapai em 2015, no Pacífico sul. Esta mesma ilha desapareceu depois na mega explosiva erupção do vulcão de Tonga em 15 de janeiro de 2022, mas revelou importantes descobertas nesse intervalo.

Imagem ilustrativa de parte da ilha formada em Tonga, após erupção do vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Haapai. Crédito: Divulgação NASA/earthobservatory
Imagem ilustrativa de parte da ilha formada em Tonga, após erupção do vulcão submarino Hunga Tonga-Hunga Haapai. Crédito: Divulgação NASA/earthobservatory

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A equipe de pesquisadores ligada à Universidade do Colorado Boulder e ao CIRES/NOAA estudou a colonização dos organismos na ilha vulcânica por sete anos e se deparou com uma nova e única comunidade microbiana.

Os estudiosos puderam observar na massa de terra recém-formada Hunga Tonga, novos micróbios que metabolizam enxofre e gases atmosféricos, semelhantes a organismos encontrados em fontes termais ou em fendas em profundidade no oceano.

“Esse tipo de erupções vulcânicas acontecem em todo o mundo, mas não costumam produzir ilhas. Tivemos uma oportunidade incrivelmente única. Ninguém jamais havia estudado exaustivamente os microorganismos neste tipo de sistema insular em um estágio tão inicial antes”, afirmou Nick Dragone, do CIRES e principal autor do estudo.

Os pesquisadores realizaram coletas do solo com a colaboração do governo de Tonga em regiões normalmente não visitadas e as amostras foram enviadas para o estudo, quando aconteceu a reviravolta.

“Pensamos que veríamos organismos encontrados quando uma geleira recua, ou cianobactérias, espécies mais típicas de colonizadores iniciais, mas, em vez disso, encontramos um grupo único de bactérias que metabolizam enxofre e gases atmosféricos”, declarou Dragone.

Duas ilhas se formaram e se juntaram numa única massa de terra na erupção do vulcão subamrino Hunga Tonga-Hunga Haapai em 2015. Crédito: Arte divulgada pela NASA/earthobservaory
Duas ilhas se formaram e se juntaram numa única massa de terra na erupção do vulcão subamrino Hunga Tonga-Hunga Haapai em 2015. Crédito: Arte divulgada pela NASA/earthobservaory

Depois da erupção explosiva em Tonga
Sete anos após a formação da ilha, o vulcão Hunga Tonga-Hunga Haapai entrou em erupção novamente, desta vez, na explosão histórica de 2022, que elevou a pluma vulcânica a 57 quilômetros de altitude até a mesosfera, a terceira camada da atmosfera e provocou ondas de tsunami até o Japão, os Estados Unidos, o Chile e o Peru.

Toda massa de terra da ilha anteriormente formada em 2015 foi destruída e assim, desapareceu a chance da equipe continuar os estudos sobre a nova comunidade microbiana.

Os pesquisadores explicaram, em publicação recente do estudo, que a ilha de Hunga Tonga foi formada como o Havaí. Uma das hipóteses do surgimento desses micróbios únicos é devido às propriedades associadas às erupções vulcânicas, ou seja, muito enxofre e gás sulfídrico, que provavelmente alimentam os novos micróbios encontrados.

“Os micróbios eram mais semelhantes aos encontrados em fontes hidrotermais ou fontes termais como Yellowstone e outros sistemas vulcânicos. Nosso melhor palpite é que os micróbios vieram desses tipos de fontes”, explica o autor Dragone.

Mesmo com o desaparecimento precoce do pedaço de terra vulcânico, existem agora previsões do que poderá surgir se novas ilhas deste tipo se formarem e os pesquisadores, portanto, terão a oportunidade de se preparem para avançar nos estudos.

Confira aqui como estão as últimas atividades vulcânicas ao redor do globo!



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