Quinta-feira, 30 dez 2021 - 11h08
Por Maria Clara Machado
A previsão do tempo de um fim de ano muito branco no oeste dos Estados Unidos se confirmou e resultou em uma nevasca recorde para dezembro. São mais de 5 metros de neve na Sierra Nevada da Califórnia, quantidade que já superou medições de décadas. É um bom começo de estação para amenizar um cenário de seca extrema de dois anos, avaliam os especialistas.
Quantidade de neve acumulada no Laboratório de Neve Sierra chega a 5,3 metros, recorde para dezembro em 51 anos. Crédito: Divulgação @SagehenCreekFS/@UCB CSSL
Estação de campo Sagehen Creek, Sierra Nevada da Califórnia no dia 28 de dezembro. Crédito: Divulgação @SagehenCreekFS/@UCB CSSL Tendo como referência, os cientistas do laboratório afirmam ser o mês de dezembro com a maior quantidade de neve da história do local. O recorde anterior era dezembro de 1970, quando o acumulado de neve atingiu 179 polegadas, ou perto de 4,5 metros. O recorde geral da região ocorreu em janeiro de 2017 quando nevou o equivalente a 6 metros no local de medições do laboratório. Hoje algumas comunidades de Sierra amanheceram sem energia elétrica e alguns postos de gasolina estão sem gás. Desde o dia 24 de dezembro, os funcionários da CALTRANS estão trabalhando em turnos rotativos de 24 horas para tentar manter as rodovias de Sierra desobstruídas. As equipes trabalham nos resgates de motoristas, limpeza das estradas retirando árvores caídas, postes de energia e neve. Funcionários da Caltrans trabalham na desobstrução de estradas na Sierra Nevada. Crédito: Divulção @CaltransDist3
Toda neve acumulada em grandes altitudes na Sierra Nevada durante o inverno é responsável por 30% do abastecimento de água doce na Califórnia durante um ano, segundo informações do Departamento de Recursos Hídricos da Califórnia. A neve acaba sendo um reservatório natural essencial liberando água durante o degelo da primavera. Os especialistas chamam a atenção para a escassa camada de neve na Sierra no final do inverno passado, o que acabou impactando de forma negativa para o abastecimento de reservatórios. A Califórnia viveu a pior seca em 126 anos neste verão e o nível de armazenamento de água dos principais reservatórios ainda continua muito baixo. O Lago Oroville, está com 37% da capacidade, sendo o normal perto de 70% nesta época do ano. A situação foi tão crítica no verão de 2021, que a hidrelétrica de Oroville foi obrigada a fechar pela primeira vez na história desde a sua construção em 1967, em razão do baixíssimo nível de água. O ápice da seca extrema da Califórnia aconteceu em julho e só a partir de outubro a situação no estado e no noroeste do Pacífico começou a ser amenizada com as fortes tempestades ocasionadas pelo fenômeno dos rios atmosféricos. O outro lado do evento extremo, com chuvas volumosas, foi visto no início da estação chuvosa.
Vista de rodovia em Sierra Nevada toamda pela neve nesta quinta-feira, dia 30. Crédito: Divulgação @CaltransDist3 O que os cientistas vêm observando no cume é um aumento da chuva e uma redução na queda de neve nos últimos anos, o que reforça os sinais de aquecimento no inverno. Schwartz afirma que a neve está claramente diminuindo na Sierra Nevada. Ao mesmo tempo em que foi as condições foram extremas passando de um inverno quase sem neve para um nevasca recorde como agora.
De acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia de Sacramento, as estações automáticas já mostram que a quantidade de neve acumulada na Califórnia nos últimos dias teve um bom começo, mas é evidente que o caminho ainda é longo diante de uma seca prolongada e mais crítica nos últimos dois anos, explicam os meteorologistas. O Laboratório de Neve Sierra já recebeu 70% da média anual de neve até agora. Gráfico mostra a quantidade de neve excedente sobre áreas da Califórnia nos últimos dias. Crédito: Divulgação Serviço de Meteorologia de Sacramento. |
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