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Quarta-feira, 1 mar 2023 - 09h49
Por Maria Clara Machado

Gelo marinho na Antártida tem mínimo histórico pelo segundo ano consecutivo

Cientistas americanos confirmaram esta semana que o gelo marinho da Antártida chegou à sua menor extensão em quatro décadas e meia de registros por satélites pelo segundo ano consecutivo. Diante de dados preocupantes, os estudiosos querem entender se isto será uma nova tendência.

A extensão do gelo marinho da Antártida em 21 de fevereiro de 2023 era de 1,79 milhão de quilômetros quadrados. A linha laranja mostra a extensão média de 1981 a 2010 para o mesmo dia. Crédito: NSIDC
A extensão do gelo marinho da Antártida em 21 de fevereiro de 2023 era de 1,79 milhão de quilômetros quadrados. A linha laranja mostra a extensão média de 1981 a 2010 para o mesmo dia. Crédito: NSIDC


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Segundo o Centro Nacional de Dados de Gelo e Neve (NSIDC) nos Estados Unidos, o gelo marinho cobria uma área de 1,79 milhão de km² no último dia 21 de fevereiro, superando o recorde mínimo anual observado no continente em fevereiro do ano passado.

O mínimo recorde do gelo marinho anual na Antártida leva em conta a série de observações de satélites de 1979 a 2023. Os dados das concentrações de Gelo Marinho são produzidos por satélites da NASA e têm cooperação da NOAA.

Os cientistas ressaltam que os números ainda são preliminares e novos dados deverão ser atualizados em março levando em conta o degelo do fim do verão.

O mínimo do gelo marinho atingido em 2023 é 1,05 milhão de km² inferior a extensão mínima média da Antártida do período de 1981 a 2010. São 136 mil km² abaixo do recorde de fevereiro de 2022. Quase todo o degelo observado pelos satélites está concentrado no mar de Weddell, que banha a Península Antártica.

Os anos anteriores de 2017 e 2018 também foram de níveis muito baixos, o terceiro e quarto menores da história, respectivamente.

O gráfico mostra a extensão do gelo marinho da Antártida em 21 de fevereiro de 2023, juntamente com os dados de perídos anteriores. Os mínimos recordes consecutivos de 2022 e 2023 aparecem na linha azul. Crédito: NSIDC
O gráfico mostra a extensão do gelo marinho da Antártida em 21 de fevereiro de 2023, juntamente com os dados de perídos anteriores. Os mínimos recordes consecutivos de 2022 e 2023 aparecem na linha azul. Crédito: NSIDC

O que os cientistas querem entender e especulam naturalmente, é se essa série baixa indicaria agora uma tendência de queda do gelo marinho, mas afirmam a necessidade de um maior período de observações para uma conclusão definitiva.

Por que o gelo marinho mínimo é preocupante?
A situação é preocupante, pois o avanço do degelo marinho nas últimas décadas deixa exposta as plataformas de gelo mais espessas, que protegem todo o solo do continente antártico de fatores imediatos como o aumento da temperatura e a ação das ondas.

A aceleração do degelo marinho também pode influenciar o aquecimento global, afirmam os cientistas. Quando uma massa de gelo branco, que reflete de volta grande parte da energia solar para o espaço, é substituída pela presença do mar, a própria água do oceano acaba retendo boa parte do calor do sol e assim ocorre ainda mais o aquecimento.

O ano de 2022 foi novamente um dos anos mais quentes globalmente, mesmo com a presença natural do fenômeno La Niña, caracterizado pelo resfriamento das águas do Pacífico leste e central.

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