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Domingo, 12 nov 2023 - 16h14
Por Maria Clara Machado

Grandes ondas invadem praia de Laguna e levam tudo pela frente como um tsunami

Grandes ondas avançaram rapidamente sobre a faixa de areia e a orla de Laguna, no sul de Santa Catarina, arrastando vários carros pela frente e assustando banhistas na tarde de sábado. O fenômeno é chamado tecnicamente de tsunami meteorológico, por ter um impacto na costa visivelmente muito parecido com o de um tsunami comum.

Carros danificados à beira mar em Laguna, atingida por um tsunami meteorológico na tarde do sábado, 11 de novembro. Crédito: divulgação instagram @agoralaguna<BR>
Carros danificados à beira mar em Laguna, atingida por um tsunami meteorológico na tarde do sábado, 11 de novembro. Crédito: divulgação instagram @agoralaguna

O registro das ondas avançando violentamente sobre a costa e arrastando dezenas de carros que estavam estacionados à beira mar foi feito por banhistas e divulgado nas redes sociais:

Praia do Cardoso, em Laguna, é invadida por grandes ondas. Crédito: divulgação via instagram @agoralaguna
Praia do Cardoso, em Laguna, é invadida por grandes ondas. Crédito: divulgação via instagram @agoralaguna

A água do mar tomou conta de toda faixa de areia da Praia do Cardoso durante o tsunami meteorológico que ocorreu dia 11 de novembro. Crédito: divulgação via instagram @agoralaguna
A água do mar tomou conta de toda faixa de areia da Praia do Cardoso durante o tsunami meteorológico que ocorreu dia 11 de novembro. Crédito: divulgação via instagram @agoralaguna

De acordo com a Defesa Civil de Santa Catarina, não havia alerta de mar agitado ou de nenhum ciclone próximo à costa, que justificasse o avanço das ondas no sábado, e que o evento ocorrido foi resultado de uma forte linha de instabilidade, que avançou do litoral norte gaúcho para o litoral sul de catarinense.

Conforme o órgão, o deslocamento de uma forte linha de instabilidade, formada por células de tempestade dispostas de forma alinhada, quando passam paralelas à costa, podem gerar mudanças bruscas de pressão e rajadas de vento intensas, que por sua vez, impulsionam o avanço da água do mar em direção à praia.

Radar captou uma forte linha de instabilidade perto do sul de Santa Catarina dia 11 de novembro. Crédito: Defesa Civil de SC
Radar captou uma forte linha de instabilidade perto do sul de Santa Catarina dia 11 de novembro. Crédito: Defesa Civil de SC

Câmera em estabelecimento na Praia do Cardoso, em Laguna, flagra o momento em que as ondas avançaram sobre a faixa de areia. Crédito: divulgação via instagram @agoralaguna
Câmera em estabelecimento na Praia do Cardoso, em Laguna, flagra o momento em que as ondas avançaram sobre a faixa de areia. Crédito: divulgação via instagram @agoralaguna

São como “pulsos” de pressão atmosférica, que se propagam perturbando as águas, que ganham velocidade muito perto da velocidade do avanço da linha de instabilidade, provocando assim uma subida rápida da maré e consequentemente ressaca e inundações costeiras.

O alcance da inundação vai depender da inclinação da praia e da presença ou não de dunas. Em praias quase planas e voltadas para o quadrante sul, como o ocorrido em Laguna, a inundação pode alcançar dezenas a centenas de metros nas áreas costeiras, completou a Defesa Civil em nota sobre o evento ocorrido durante este sábado, 11 de novembro.

O vento muito forte e a brusca variação de pressão atmosférica atuaram nas condições do mar localmente, provocando as ondas repentinas. Houve registro de rajadas acima de 70 km/h no Farol de Santa Marta antes do ocorrido, mas possivelmente os ventos ficaram mais intensos em alto mar.

Força do vento provocou danos em Cabeçuda, região de Laguna, na tarde de sábado. Crédito: divulgação via instagram @agoralaguna
Força do vento provocou danos em Cabeçuda, região de Laguna, na tarde de sábado. Crédito: divulgação via instagram @agoralaguna

Fortes instabilidades se formaram em Torres, no litoral norte gaúcho, antes de avançarem para Laguna. Crédito: divulgação Gabriel Zaparolli/@gabriel zapa
Fortes instabilidades se formaram em Torres, no litoral norte gaúcho, antes de avançarem para Laguna. Crédito: divulgação Gabriel Zaparolli/@gabriel_zapa

Uma extensa linha de tempestade pode ser vista sobre o mar em Torres, no litoral norte gaúcho, em 11 de novembro. Crédito: Gabriel Zaparolli/@gabriel zapa
Uma extensa linha de tempestade pode ser vista sobre o mar em Torres, no litoral norte gaúcho, em 11 de novembro. Crédito: Gabriel Zaparolli/@gabriel zapa

Entenda o Tsunami Meteorológico
O tsunami meteorológico, também chamado de meteotsunami, pode gerar ondas de 2 metros de altura ou mais, que avançam velozmente de uma vez só sobre a costa.

O fenômeno já foi observado outras vezes no Sul do Brasil. Em março de 2020, um tsunami meteorológico também surpreendeu banhistas na praia do Cassino, no Rio Grande do Sul e em 2016, outro evento atingiu uma extensa área da costa de Santa Catarina, com diversos estragos.

Em ambos os casos, inclusive o de Laguna, foram as tempestades com ventos intensos que impulsionaram a onda.

Já o tsunami habitual é resultado de fortes sismos, que ocorrem debaixo do oceano e desencadeiam as ondas no raio do epicentro por quilômetros se propagando com força em mar aberto até áreas costeiras.

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