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Quinta-feira, 22 ago 2019 - 14h22
Por Maria Clara Machado

NASA reforça estudo sobre fumaça das queimadas

Em meio à enorme preocupação mundial com as queimadas que aumentam de maneira avassaladora na Amazônia, cientistas da NASA avançam simultaneamente nos EUA, em pesquisas importantes em relação ao destino da fumaça causada pelos incêndios florestais.

Fumaça visível durante um vôo da FIREX-AQ em 13 de agosto, nas bordas norte e sul do Grand Canyon.
Fumaça visível durante um vôo da FIREX-AQ em 13 de agosto, nas bordas norte e sul do Grand Canyon.

A cortina de fumaça que se espalhou entre a Amazônia, a Bolívia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo esta semana tomou conta da imprensa e só reforça a gravidade da situação do meio ambiente, com o número de queimadas que cresce assustadoramente na região amazônica.

Imagem de satélite do último sábado, dia 17, mostra a grande quantidade de fumaça espalhada entre a Amazônia, a Bolívia, o Paraguai e o Sul do Brasil. Crédito: NOAA.
Imagem de satélite do último sábado, dia 17, mostra a grande quantidade de fumaça espalhada entre a Amazônia, a Bolívia, o Paraguai e o Sul do Brasil. Crédito: NOAA.

Um estudo de pesquisadores da Universidade de Oklahoma, publicado na revista Nature Sustainability, mostrou que a Amazônia perdeu 400 mil quilômetros quadrados de área verde, o equivalente ao território da Alemanha, entre os anos 2000 e 2017. O valor é o dobro da área de 180 mil quilômetros quadrados registrada no mesmo período pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Nos Estados Unidos, os dados coletados durante os voos especiais da NASA vão começar a ajudar os pesquisadores a entenderem com detalhes o comportamento do fogo e obter uma melhora na previsão da qualidade do ar.

Estudando a fumaça de perto
Um incêndio causado por raios queimou mais 7.600 hectares de mata no extremo norte do Arizona, na região da Floresta Nacional de Kaibab. O Serviço Florestal dos Estados Unidos permitiu que o fogo seguisse naturalmente e ajudasse a remover arbustos e árvores mortas. A fumaça neste caso, também serviu de objeto de estudo para os cientistas da NASA avançarem em pesquisas importantes relacionadas à qualidade do ar.

Recentemente, nos dias 12 e 13 de agosto, aviões com instrumentos sobrevoaram o céu esfumaçado para saber especificamente quais produtos químicos estavam subindo da pluma de fumaça e como estes compostos se dispersam na atmosfera durante a ocorrência do fogo.

"Há centenas, até milhares de diferentes substâncias químicas emitidas por incêndios", afirma Rebecca Hornbrook, química atmosférica do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica. “Muitas contribuem para a formação de ozônio e partículas adicionais, que pode contribuir para uma má qualidade do ar, mesmo quando a fumaça visível já se dissipou”, completa a pesquisadora.

Hornbrook é uma das participantes de uma campanha operada em conjunto pela NOAA e a NASA, chamada FIREX-AQ, onde estão sendo utilizados satélites e instrumentos em várias aeronaves para coletar dados sobre a composição química da fumaça de incêndios florestais e queimadas.

Os voos tiveram início no dia 23 de julho em Boise, capital de Idaho e também já aconteceram no leste de Washington.

Diferentes tipos de incêndio
“Durante o voo do dia 13 de agosto, embora a fumaça visível nas bordas sul e norte do Grand Canyon tenha sido impressionante, o principal interesse no local do incêndio era em relação ao tipo de combustível queimado”, relatou a pesquisadora.

Hornbrook explica que os detalhes do combustível nos incêndios estudados serão cruciais para uma análise posterior, quando forem comparadas emissões de incêndios em diferentes regiões.

Neste incêndio, o fogo queimou uma floresta densa com coníferas mistas, mas também árvores já mortas e derrubadas. No início de agosto, outro incêndio observado no leste de Washington queimou grama curta e também coníferas mistas.

A campanha já começou a funcionar em Salina, no Kansas, em meados de agosto para estudar a fumaça de incêndios agrícolas. Os trabalhos devem seguir até o meio de setembro.

“Estando o mais próximo possível do fogo e medindo ao longo da pluma de fumaça à medida que ela se move na direção do vento, podemos entender o processamento químico que ocorre na pluma de fumaça”, conclui Hornbrook.



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