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Terça-feira, 22 jun 2021 - 17h34
Por Maria Clara Machado

Situação nos maiores reservatórios de água da Califórnia está piorando

O baixo nível extremo dos reservatórios de água da Califórnia reflete o agravamento da seca que o estado norte-americano vem enfrentando novamente este ano. Ondas de calor e o déficit de chuva de vários meses estão levando o Lake Oroville, um dos maiores reservatórios da Califórnia, ao maior colapso em 54 anos.

Vista do Shasta Lake, um dos principais reservatórios de água da Califórnia, em 18 de junho de 2021. Crédito: Imagem divulgada pelo twitter @GabrielLeete
Vista do Shasta Lake, um dos principais reservatórios de água da Califórnia, em 18 de junho de 2021. Crédito: Imagem divulgada pelo twitter @GabrielLeete

Imagens de satélite revelam a situação alarmante em dois dos maiores reservatórios de água da Califórnia.

As imagens capturadas pelo Landsat 8, da NASA, mostram os lagos Shasta e o Oroville em junho de 2019 e em junho de 2021, com uma drástica mudança nas margens e áreas de leito. Nas imagens deste mês é possível observar as áreas secas em tons de marrom, que normalmente estariam submersas se os reservatórios estivessem cheios.

Imagem de satélite mostra o reservatório Shasta Lake em 13 de junho de 2019. Crédito: NASA
Imagem de satélite mostra o reservatório Shasta Lake em 13 de junho de 2019. Crédito: NASA

Imagem de satélite mostra o reservatório Shasta Lake em 16 de junho de 2021. Crédito: NASA
Imagem de satélite mostra o reservatório Shasta Lake em 16 de junho de 2021. Crédito: NASA

O Shasta Lake, por exemplo, é o maior reservatório da Califórnia e alimenta a Bacia hidrográfica do Rio Sacramento, sendo uma fonte essencial para as terras agrícolas do Vale Central da Califórnia (Central Valley).

No último dia 16 de junho, a capacidade de armazenamento de água era de 41% no Shasta Lake e de 35% no Lake Oroville, o segundo grande reservatório no norte do estado, apenas um pouco melhor do que os anos historicamente de seca severa de 1976 e 1977.

Os barcos ao redor de Oroville já não conseguem navegar e existe a hipótese da usina hidrelétrica Edward Hyatt precisar ser interrompida pela primeira vez na história, desde a inauguração em 1967, sobrecarregando ainda mais a rede elétrica do estado. O colapso pode acontecer dentro de dois a três meses coincidindo com o pico do verão e a temporada de incêndios florestais na Califórnia, alertam as autoridades do setor.

A usina Hyatt é a quarta maior produtora de energia hidrelétrica da Califórnia. A água armazenada no Lake Oroville é bombeada por meio de instalações subterrâneas gerando eletricidade para até 800 mil residências, quando está operando em situações normais.

Imagens de satélite comparam a situação do Lake Oroville em 4 de junho de 2019 e 9 de junho de 2021. Crédito: NASA
Imagens de satélite comparam a situação do Lake Oroville em 4 de junho de 2019 e 9 de junho de 2021. Crédito: NASA

Seca implacável e ondas de calor
As temperaturas extremamente quentes registradas há meses e a chuva até 50% abaixo do normal só pioraram o cenário. O déficit de chuva em relação à média foi observado em diversas regiões e o reflexo aparece nos reservatórios.

Outro agravante é o desequilíbrio que está acontecendo na cordilheira de Sierra Nevada. A queda de neve sobre as montanhas já estava abaixo da média no último inverno e grande parte dela derreteu muito rapidamente com as altas temperaturas da primavera.

Boa parte da água derretida ficou retida no solo ainda ressecado desde o ano passado. Autoridades competentes afirmam que muito dessa água não conseguiu escorrer da cordilheira e sair das montanhas para compor o abastecimento da região.

O governo da Califórnia declarou seca em 41 dos 58 condados e pede que a população reduza o consumo de água o máximo possível. Algumas áreas do norte estão em emergência de escassez de água. Os cortes deverão permanecer em vigor até a chuva e a neve voltarem a cair.

Junho recorde
Na quinta-feira passada, o governo da Califórnia também havia declarado emergência de onda de calor quando as temperaturas já estavam batendo recorde forçando o aumento do uso de eletricidade.

Muitas áreas do sudoeste dos Estados Unidos enfrentaram temperaturas recordes na semana passada. Em 15 de junho, estações meteorológicas registraram 42°C em Salt Lake City (Utah), a maior já observada na cidade. A máxima em Needles (Califórnia) chegou aos 49°C, em Kingman (Arizona) aos 44°C e em Phoenix (Arizona) aos 46°C!

O calor extremo resultou em muita fumaça e incêndios florestais, especialmente no Arizona, com mais de 80 mil hectares queimados.

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