Quinta-feira, 23 jul 2020 - 17h41
Por Maria Clara Machado
Mais duas nuvens de gafanhotos começaram a ser monitoradas nos últimos dias. A primeira grande nuvem que surgiu em maio continua sobre território argentino mais perto do Brasil. Os milhares de gafanhotos permanecem na província de Entre Ríos a cerca de 90 quilômetros do município gaúcho de Barra do Quaraí, segundo informações recentes da SENASA.
Gafanhoto da espécie Schistocerca cancellata. Duas grandes nuvens estão sobre a Argentina e uma no Paraguai. Crédito: Divulgação SENASA. O governo do Rio Grande do Sul monitora com atenção a situação, pois ainda há risco dos insetos se moverem em direção ao Brasil. Caso isso aconteça, cerca de 70 aviões agrícolas com inseticidas já estão preparados para combater imediatamente a praga sobre as lavouras. Técnicos da EMBRAPA explicam que a nuvem de gafanhoto se desloca geralmente de 10 a 20 quilômetros por dia, mas com a ajuda dos ventos, pode percorrer até 100 quilômetros num único dia. As condições meteorológicas atuais, com ventos de sul, são uma ameaça já que poderão empurrar a nuvem em direção ao Rio Grande do Sul. O Uruguai também tem a mesma preocupação com a proximidade da nuvem e monitora os insetos. A grande nuvem de 400 milhões de gafanhotos migrou do Paraguai para a Argentina entre maio e junho destruindo lavouras inteiras. Os insetos ficaram estacionados por quatro semanas na província de Corrientes, antes de avançarem para Entre Ríos na segunda quinzena de julho.
A preocupação neste caso seria a proximidade da nuvem do estado brasileiro de Mato Grosso do Sul, embora a circulação dos ventos nesta época do ano tende naturalmente mais uma vez direcionar a nuvem para a Argentina.
O vento norte permitiu o movimento da nuvem nos últimos dias e a região também está em alerta.
Especialistas afirmam que fatores relacionados ao clima como temperatura e precipitação, mais especificamente o tempo quente e seco, direção dos ventos, além da falta de predadores naturais, são apontados como algumas possíveis explicações para a mudança de comportamento e a migração dessa enorme quantidade de gafanhotos. Outros estudiosos também defendem que estas manifestações fazem parte do ciclo da espécie. |
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