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Sexta-feira, 14 nov 2025 - 17h10
Por Maria Clara Machado

Como foi a primeira semana da COP30 em Belém

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30, com 194 países presentes em Belém, no Pará, tem o grande desafio de tirar do papel e concretizar metas propostas na tentativa de frear o aquecimento global abaixo de 1,5°C e o aumento contínuo das emissões de gases de efeito estufa.

Indígenas participam de encontro na Aldeia COP a 30ª Conferência das Partes (COP30). Crédito: Aline Massuca/COP30/Fotos Públicas
Indígenas participam de encontro na Aldeia COP a 30ª Conferência das Partes (COP30). Crédito: Aline Massuca/COP30/Fotos Públicas

Esta é considerada uma das Conferências mais importantes e decisivas para o futuro do planeta, diante de dois anos consecutivos de temperaturas globais recordes. Espera-se por novos planos climáticos e o compromisso por resultados concretos por parte dos diversos grupos participantes.

Entre líderes de governos, representantes de empresas e da sociedade civil são mais de 56 mil inscritos.

Foi uma semana em que analistas afirmam ter ficado claro as dificuldades de negociações ainda existentes entre os países ricos e os em desenvolvimento. Houve cobrança dos países em desenvolvimento das nações ricas, que não estão cumprindo as promessas de financiamento.

O Brasil tenta se aproximar dos dois lados como país anfitrião da COP de 2025.

Manifestações e críticas da ONU
Uma manifestação, que penetrou os corredores da chamada “Blue Zone” (a área onde ocorrem as negociações da Conferência), paralisou os trabalhos na noite de terça-feira, segundo dia da COP30, e pôs a prova à segurança do evento.

Os manifestantes carregavam faixas e bandeiras contra a exploração do petróleo. Houve tumulto, mas a situação conseguiu ser contida com alguns seguranças feridos sem maior gravidade e os manifestantes foram retirados do espaço.

Indígenas e apoiadores fazem manifestação na Zona Azul da COP30. Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil/Fotos Públicas
Indígenas e apoiadores fazem manifestação na Zona Azul da COP30. Crédito: Bruno Peres/Agência Brasil/Fotos Públicas

A vulnerabilidade da segurança do evento foi crítica inclusive da ONU (Organização das Nações Unidas), em uma carta enviada oficialmente ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, ao presidente da COP30, ao embaixador André Corrêa do Lago, e ao governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).

Outras situações relacionadas à organização do evento também foram criticadas abertamente, como a falta de água nos banheiros e a falta de refrigeração suficiente nos primeiros dias em que as temperaturas chegaram próximas aos 40°C em Belém.

No início desta sexta-feira, dia 14, outro protesto com indígenas da etnia Munduruku, ocupou de forma pacífica a área externa de acesso à “Blue Zone”. Os cerca de 90 manifestantes pedem uma reunião com o Presidente Lula para serem ouvidos.

Entre as cobranças ao governo do Brasil, estão à retirada imediata de invasores às terras indígenas e o pedido do fim do Marco Temporal.

A segurança foi reforçada com soldados do exército, mas não houve tumulto como na terça-feira. Pouco antes das 9 horas, o acesso foi liberado, segundo informações da Agência Brasil.

As lideranças do povo Munduruku acabaram sendo recebidas por autoridades da COP30 durante a manhã, se reunindo com o presidente da COP30, André Corrêa do Lago, e as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sonia Guajajaras.

Hoje, as principais discussões com os participantes da COP30 giram em torno do tema transição energética, um dos pontos cruciais de negociação para o futuro climático do planeta.

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