Terça-feira, 27 fev 2024 - 19h04
Por Maria Clara Machado
Há cerca de um ano o estado do Acre e a capital Rio Branco decretavam situação de emergência em razão das fortes chuvas e do agravamento da cheia do Rio Acre e vários igarapés. A situação se repete e 17 municípios já tiveram o decreto de emergência por enchentes reconhecido pela Secretaria Nacional de Proteção e a Defesa Civil esta semana. A medida vale por 180 dias.
Brasiléia atingida pela cheia do rio Acre está na lista dos municípios em situação de emergência. Crédito: Alisson Oliveira/Secom/Fotos Públicas De acordo com a Defesa Civil, as chuvas aumentaram desde a semana passada e aumentaram o nível de rios e igarapés. No total, pelo menos 11 mil pessoas já foram afetadas pelas inundações de fevereiro em todo o estado, com cerca de 5400 pessoas desabrigadas e 5700 pessoas desalojadas. Rio Branco está de novo na lista, que incluí também Porto Acre, Sena Madureira, Tarauacá, Xapuri entre outras cidades. As informações da Defesa Civil são de que territórios indígenas também estão sendo impactados pelas cheias em Marechal Thaumaturgo, Feijó, Santa Rosa do Purus, Jordão e Assis Brasil. Assis Brasil sofre com as enchentes e está em situação de emergência. Crédito: Assis Brasil/Secon/Fotos Públicas O município de Jordão, no oeste do estado, se destaca como um dos mais afetados e casas inteiras foram arrastadas pela correnteza. O rio Tarauacá, que corta a cidade, atingiu o nível de 9,55 metros, mais de 2 centímetros da cota de transbordamento que é de 7,50 metros. Cerca de 80% da população já foram atingidas pela cheia. Em Xapuri, o rio Acre está em 15,13 metros e também ultrapassou a cota de transbordamento, que é de 13,40 metros. As águas novamente não pouparam a Casa de Chico Mendes, tombada como Patrimônio Histórico e Cultural do estado, localizada na cidade. O museu sofreu com a enchente do ano passado, quando a água subiu um metro. Os episódios lembram outra grave enchente que atingiu o local em 2015 e deixou a Casa submersa.
Brasiléia vive a segunda maior cheia do rio Acre da sua história. Crédito: Secom/via Fotos Públicas Uma grande preocupação é que as águas já encobriram uma importante ponte na BR-317, única via de acesso de Brasiléia e Assis Brasil para o Peru. Pela via chega normalmente mercadorias, medicamentos e até combustível.
As águas subiram rapidamente entre a noite da segunda-feira e a manhã da terça-feira e já alcançam 16,20 metros de acordo com o boletim de alerta hidrológico da Bacia do Rio Acre, emitido neste 27 de fevereiro. Mais de 1,5 mil pessoas já somam os desabrigados e desalojados e a previsão é de que as águas continuem subindo. As famílias atingidas pelas inundações foram levadas para abrigos mantidos pela Prefeitura de Rio Branco, em escolas e no Parque de Exposições da cidade.
As fortes chuvas, o calor e a água parada por conta das inundações, são um cenário propício ao desenvolvimento e a proliferação do mosquito aedes aegypti. |
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