Quarta-feira, 22 fev 2023 - 10h17
Por Maria Clara Machado
Os devastadores terremotos de 7.8 e 7.5 magnitudes que atingiram o sul da Turquia e o norte da Síria no dia 6 de fevereiro completaram duas semanas, com um saldo de vítimas fatais superior a 47 mil e a perspectiva de aumentar ainda mais à medida que os escombros forem retirados com o encerramento oficial dos trabalhos de resgate. Um novo tremor de magnitude 6.3 atingiu a mesma região há dois dias.
O número de vítimas fatais nos terremotos da Turquia passa 47 mil após duas semanas dos intensos abalos. Crédito: Divulgação Cruz Vermelha na Turquia @IFRC_Europe Os números atualizados pelas autoridades são de mais de 41 mil vítimas fatais na Turquia, que teve em torno de 385 mil apartamentos arruinados pelos terremotos, e quase 6 mil mortes na Síria. Na tarde da segunda-feira, dia 20, a terra voltou a tremer no sul Turquia com um terremoto de magnitude 6.3 na cidade de Uzunbag, umas das áreas atingidas pelos sismos do começo do mês. Este novo tremor provocou o desmoronamento de mais construções já vulneráveis e deixou mais 7 vítimas fatais e dezenas de feridos. A Turquia, localizada no encontro de três placas tectônicas, é uma região de alta sismicidade do globo e especialistas temem por um grande tremor arrasador. Diante dos acontecimentos, a Turquia pode ter vivido o que se chama de “Big One”. Confira a entrevista exclusiva do diretor do portal Apolo11 Rogério Leite ao Painel Global sobre o assunto: Algumas descobertas recentes dos cientistas demonstram que na camada Astenosfera, que fica abaixo da crosta terrestre, existe uma camada de rocha derretida móvel no mundo todo, e não só em algumas partes como se pensava antes, o que demonstra ainda mais a dificuldade de se prever onde pode ocorrer essa movimentação. A energia liberada em um sismo pode ser tão forte que os especialistas costumam comparar à energia liberada em bombas atômicas ou toneladas de TNT. No caso do terremoto da Turquia que atingiu 7.8 magnitudes a energia liberada foi equivalente a mesma energia contida na detonação de 378 bombas atômicas iguais as de Hiroshima. No evento de duas semanas atrás, além de ter sido um poderoso sismo de 7.8, ele foi seguido por outro intenso abalo de 7.5 e já deixou até o momento mais de 40 mil mortos só na Turquia. Somando a Síria, os números já passaram de 46 mil e sabemos que ainda vão aumentar. Então, eu acredito que sim, que este foi certamente o Big One da Turquia deste século. A ONU ainda estima o dobro de vítimas sem falar nos milhares de desabrigados que perderam seus familiares e muitos vão precisar reconstruir a vida do zero. Mas, é importante observar a profundidade em que ocorre um sismo e não só a localização. Terremotos rasos têm maiores chances de causar danos. Esses últimos da Turquia foram fortes e rasos, pegaram uma área altamente populosa e de construções, que estamos vendo agora, não estavam preparadas adequadamente para enfrentarem terremotos tão intensos. Destruição na Turquia é a maior por terremotos em um século. Crédito: Divulgação Cruz Vermelha na Turquia @IFRC_Europe |
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